Por Amanda Ferreira
A Prefeitura de Belo Horizonte iniciou, no dia 19 de janeiro de 2021, a vacinação contra a Covid-19. De lá para cá foram destinadas mais de 790 mil doses para a população da capital.
Dentre as vacinas distribuídas estão a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Butantan, e a vacina da AstraZeneca, fabricada pela Universidade de Oxford em parceria com a FIOCRUZ.
As vacinações seguem as orientações do Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, que inicialmente prioriza idosos e trabalhadores da área da saúde.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO:
70 anos: segunda dose na terça, dia 27 de abril, e quarta, dia 28;
69 anos: segunda dose na quinta-feira, dia 29;
68 anos: segunda dose na sexta-feira, dia 30;
89 anos e mais: segunda dose no sábado, dia 1º de maio.
Dia 1º de maio, a vacinação será exclusivamente contra a Covid-19 para o público acima de 89 anos e que não tem dificuldades de locomoção. Para se vacinar, é necessário que o idoso leve documento de identidade, CPF e comprovante de residência, além do cartão de vacinação que conste a aplicação da primeira dose. Para o público acamado desta faixa etária, a Prefeitura entrará em contato para agendar a imunização.
Os trabalhadores da saúde – com 37 anos ou mais, cadastrados no portal da Prefeitura até as 23h59 de 28 de abril -, serão vacinados também neste sábado. A imunização será feita em locais exclusivos.
Os endereços estão disponíveis no portal da Prefeitura, e a vacinação será das 7h30 às 15h, já nos pontos drive-thru será das 8h às 15h. Caso o trabalhador cadastrado não compareça aos pontos de vacinação nesta data, é necessário procurar um dos locais disponíveis, levando todos os documentos, entre 7h30 e 16h30.
O trabalhador de saúde, para receber a 1ª dose da vacina contra a Covid-19 dessa fase, deve cumprir os seguintes requisitos:
– Ser trabalhador de saúde em atividade em estabelecimentos de saúde de Belo Horizonte;
– Ter preenchido o cadastro para a vacinação de trabalhadores da saúde, de forma válida, até 23h59 de 28 de abril;
– Ter completado 37 anos ou mais, até 30 de abril de 2021;
– Não ter recebido vacina contra a Covid-19;
– Não ter recebido qualquer outra vacina nos últimos 15 dias;
– Não ter tido Covid com início de sintomas nos últimos 30 dias.
Será solicitado documento que comprove a vinculação ativa do trabalhador com o serviço de saúde ou apresentação de declaração emitida pelo serviço de saúde.
LOCAIS DE VACINAÇÃO NA REGIÃO OESTE:
MAS, QUAL A DIFERENÇA ENTRE AS VACINAS?
O mecanismo de ação varia de uma vacina para outra. É o que explica o infectologista Felipe Julião. “A Coronavac, por exemplo, tem um mecanismo de ação chamado de antígeno inativado, em que o laboratório destrói uma parte do vírus e sobra uma pequena partícula e essa pequena partícula é injetada no organismo das pessoas, fazendo com que elas absorvam parte do vírus e não contraiam a doença”, observa.
Já a vacina da AstraZeneca, o mecanismo de ação chama-se vetor viral não replicante. “Essa vacina utiliza um vírus já conhecido, como o vírus da gripe e do sarampo, e o utiliza de carona para levar o coronavírus até suas células de defesa, de modo que esse vírus não cause nenhum tipo de doença no organismo da pessoa que vai tomar a vacina, apenas uma memória de proteção,” pontua o infectologista. Essa técnica vacinal é a mesma utilizada na vacina da farmacêutica Janssen, empresa do grupo Johnson & Johnson.
A Coronavac deve ser administrada em duas doses, com um intervalo de pelo menos duas a quatro semana, já a vacina da AstraZeneca precisa de quatro a doze semanas de intervalo entre uma dose e outra.
POR QUE DUAS DOSES?
Cada uma das vacinas tem o seu mecanismo diferente, e de acordo com esse mecanismo o tempo das doses são distintos.
“São injetadas quantidades de vírus nas pessoas, quantidades essas que estimulam o sistema imunológico a ter uma proteção, ou seja, estimulam o indivíduo a reconhecer aquele antígeno e ativar seu sistema de anticorpos”, pondera Felipe Julião. O infectologista também esclarece que a vacina precisa do seu pico de ação para poder ter uma quantidade de anticorpos diferentes e proteger a pessoa vacinada, por isso cada uma tem o seu tempo de formação de anticorpos.
OS EFEITOS COLATERAIS
São muitas as especulações a respeito dos efeitos advindos das vacinas, por isso é importante entendermos quais reações podem ser comuns.
“Dor no local da aplicação e vermelhidão são reações muito comuns, mas podem acontecer também, na ordem, os seguintes efeitos: cefaleia, que é uma dor de cabeça leve, mal estar, tontura, febre baixa e, em alguns casos, diarreia.” Existem também outros efeitos colaterais, mas que não são esperados. “Coagulopatias, ou seja, distúrbios de coagulação, Discrasia Sanguínea e Trombose, podem ocorrer, mas não é via de regra e não é um fator limitante para que as pessoas não tomem as vacinas,” esclarece o infectologista.
Como os efeitos adversos mais comuns são as reações locais, como braço quente, vermelhidão e inchaço, pode ser feito de modo profilático, para evitar ter algum tipo de complicação, uma compressa com tecido e molhar bastante com água em temperatura ambiente. “Colocar sobre o local e deixar cobrindo o máximo de tempo possível: uma hora, duas horas, fazer duas ou três vezes no dia que ajuda a desinchar, ajuda a tirar a vermelhidão e evita que a pessoa tenha algum tipo de complicação posterior,” pontua o médico.
FUI VACINADO, E AGORA?
Tomar a vacina não significa que o indivíduo está imune ao coronavírus, por isso alguns cuidados devem permanecer.
É o que conta Qézia Cristina Fonseca de Jesus, médica atuante na linha de frente da COVID-19. “Mesmo após a minha vacinação, os cuidados permanecem os mesmos. Minha rotina no trabalho é me paramentar com EPI, trocar de acordo com tempo de uso e exposição, sempre lavar as mãos com água e sabão, além do uso de alcool 70% principalmente antes e depois de realizar exame físico no paciente. Faço também a anti-sepsia do meu material médico. Em casa, deixo o calçado do lado de fora e sigo para cuidados pessoais sempre com o máximo de cuidados para não trazer o vírus para casa”, enfatiza.
O infectologista Felipe Julião reitera que as vacinas têm como objetivo evitar que as pessoas contraiam as formas graves da doença, como discrasia sanguínea, AVC, hemorragias e aneurismas. “A imunidade em relação a vacina é considerada para evitar a internação, evitar as hemorragias e evitar que as pessoas venham a óbito decorrente da COVID”, esclarece Felipe.
Uma vez vacinada, a chance de ter complicações devido à doença são mínimas, mas a pessoa pode ser portadora do vírus e entrar em contato com outra que ainda não foi.
A NECESSIDADE DO ISOLAMENTO SOCIAL
A importância do isolamento neste momento é a mesma ou maior que nos momentos anteriores. Hoje temos cepas variantes do vírus e com uma velocidade maior de causar doenças.
“É de fundamental importância manter o isolamento, manter um comportamento de cuidado, uso de máscaras, evitar aglomerações, porque a transmissão do coronavírus é muito rápida e muito agressiva, então mesmo para uma pessoa que tenha sido vacinada, o organismo demora alguns dias para desenvolver sua proteção”, conclui o médico.
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