Por Isabela Santana
A construção do hospital de campanha no Expominas, no bairro Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte, está a todo vapor. O Governo Estadual entregou, na quarta-feira (15), a segunda etapa da construção concluída, com o objetivo de combater a propagação do coronavírus em Minas Gerais, se antecipando às necessidades que possam surgir com a pandemia da Covid-19. O hospital foi projetado para oferecer 740 leitos de enfermaria e 28 de estabilização, totalizando 768 vagas. A previsão é de que no final de abril a unidade já esteja pronta para receber os pacientes.
O Expominas foi o local escolhido para receber o hospital e sua reestruturação teve início no dia 25 de março. A sua primeira fase foi destinada à montagem da estrutura para receber os leitos, concluída no dia 3 de abril. Já a colocação dos leitos foi dividida em três blocos, sendo colocados em operação gradualmente.
Na última quarta-feira (15), foi entregue a conclusão da segunda etapa, contemplando o Bloco Amarelo, que conta com 260 leitos de enfermaria e 28 de estabilização, a adequação elétrica, o mobiliário e o enxoval hospitalar, rede de esgoto hospitalar e começo da instalação gasométrica. Já a próxima fase contará com a ativação dos outros dois blocos, mediante necessidade, sendo eles o Bloco Azul, com 220 leitos de enfermaria, e o Bloco Verde, contendo 260 leitos, também de enfermaria.
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) é responsável pela construção, implementação e gestão do hospital, por meio de parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) que realizou a montagem da estrutura modular. As obras também contaram com a mão de obra do Corpo de Bombeiros.
A capitão Layla Brunella, chefe da Sala de Imprensa da PMMG, esclareceu ao Jornal Daqui BH algumas questões relacionadas à construção ao funcionamento do hospital.
“Nós temos uma capacidade próxima a 700 leitos nesse hospital e eles serão usados principalmente para casos não graves, pessoas que estavam numa situação grave e melhoraram ou aquelas que têm um quadro mais leve de Covid-19. Os quadros mais graves serão atendidos por UTIs dos hospitais que estão recebendo um aporte logístico e financeiro do Estado para que façam esse atendimento prioritário e de maior gravidade”, afirmou a capitão Layla. Ouça a fala completa da Layla:
https://soundcloud.com/user-945619287/jornal-daquibh-entrevista-com-capitao-layla-brunella-sobre-hospital-de-campanha
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) ainda reafirmou que a unidade de saúde funcionará sob o conceito de hospital fechado, ou seja, para a admissão de pacientes referenciados e com Autorização de Internação Hospitalar (AIH), preferencialmente do Sistema Único de Saúde (SUS) e acometidos pela Covid-19.
Além disso, Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, afirmou que o governo fez um levantamento de todas as unidades hospitalares do Estado e, em muitas delas, encontrou alas e leitos ociosos, que estarão disponíveis caso venham a ser necessários, portanto, pelo menos 2 mil leitos adicionais.
Até o momento, já foram investidos R$ 5,3 milhões na implantação e estruturação do Hospital de Campanha, por meio de recursos públicos e privados, sendo R$ 4,5 milhões recebidos em doações financeiras por meio de parcerias. A operação do Hospital de Campanha será financiada com recursos do Governo de Minas.
NÚMEROS EM MINAS GERAIS
De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (20), já são 40.581 casos confirmados no Brasil e 2.845 mortes.
Em Minas Gerais, segundo o boletim epidemiológico da SES, o número de mortes subiu para 41, dois óbitos a mais em relação ao último boletim divulgado e, até o momento, são 1.189 casos confirmados. Somente em Belo Horizonte, capital mineira, são 452 casos e 8 óbitos confirmados.
Ainda existem 74 óbitos e 75.441 casos suspeitos do novo coronavírus em investigação no estado mineiro. O perfil da maioria dos pacientes que morreram é: homens (25 dos 41 pacientes) e idosos com mais de 60 anos (34 dos 41 pacientes). 85% dos pacientes faziam parte de grupos de risco, tinham hipertensão, diabetes e/ou cardiopatia.
PREVENÇÃO: USO DA MÁSCARA EM MG
O governador Romeu Zema sancionou a lei 1.661/20 da Assembleia Legislativa na sexta-feira (17), que determina o uso obrigatório de máscaras em todos os ambientes comerciais a partir desta quarta-feira (22). A medida prevalecerá enquanto houver a pandemia e é válida para os profissionais que atendem clientes de serviços públicos e privados.
“Essa é uma medida de prevenção muito acertada que vai contribuir para o enfrentamento ao coronavírus. A curva de transmissão do Estado está cada vez menos inclinada, o que demonstra o comprometimento do povo mineiro. Todos nós estamos passando por períodos difíceis, mas acredito que dias melhores virão”, afirmou Zema.
Segundo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), as pessoas que usarem máscaras devem seguir as boas práticas de uso, remoção e descarte, bem como higienizar as mãos antes e após a remoção. É importante lembrar que o seu uso deve ser sempre combinado com as outras medidas de proteção.
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