Por Thayane Domingos
Depois de dois meses entre o “abre e não abre” dos bares e restaurantes, a Prefeitura de Belo Horizonte dá início à flexibilização de funcionamento do setor.
Fechados desde o dia 20 de março, com autorização de funcionamento apenas para entrega e retirada, os estabelecimentos, representados pela ABRASEL, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, chegaram a adicionar à justiça contra a PBH. A associação questionava o porquê da liberação de shoppings populares e salões de beleza bem antes da liberação dos bares e restaurantes.
O setor sofreu uma queda de 75% no faturamento e, aqueles que não investiram em entregas por aplicativos, sentiram o rendimento cair por completo.
Ainda de acordo com a ABRASEL, foram afetadas mais de 105 mil empresas do setor em Minas Gerias, que geravam mais de 630 mil empregos e movimentavam, em média, R$22 bilhões por ano. Como a flexibilização é muito recente, os empresários continuam sofrendo com os prejuízos e muitos temem a possibilidade de encerrarem suas atividades definitivamente.
Em uma briga de gente grande, a Prefeitura de Belo Horizonte enfrentou, diariamente, a pressão da reabertura do comércio por completo, ainda que com todos os cuidados e orientações da Secretaria de Saúde do município.
A PBH decretou que o horário de funcionamento é apenas de 11h às 15h, de segunda à sexta-feira, e não podem vender bebidas alcoólicas. Porém, a ABRASEL disse que todos os donos poderiam abrir e vender bebidas alcoólicas normalmente.
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH) afirmou, por meio de uma nota, no dia 17 de agosto, que a PBH está esperando que mais gente “quebre”, como o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva,
“Está mais do que comprovado que o nosso comércio já poderia estar reaberto há mais tempo. Enquanto municípios vizinhos estão de portas abertas, aqui em Belo Horizonte todo dia recebemos notícias de que mais empresas não vão conseguir voltar. No dia 31 de julho, o Secretário de Saúde de Kalil, de forma cruel, desumana e covarde, disse naquela oportunidade que ‘mais 15 dias fechado não mataria ninguém’. Está matando, sim, prefeito. A cada dia que o nosso comércio passa de portas fechadas, mais empresas fecham, mais trabalhadores perdem o emprego e mais famílias enfrentam dificuldades ainda maiores para manter o seu sustento”.
No mesmo dia foi divulgada, em um dos boletins epidemiológicos da PBH, uma nova queda no índice de ocupação dos leitos de UTI, que passou de 64,6% para 63% de casos da COVID-19.
Na coletiva do dia 20 de agosto, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) disse que a reabertura é responsabilidade todos.
“Eu volto a dizer que esta abertura gradual, com calma, agora depende de todos vocês. Já sacrificamos demais, fizemos esforço demais, sofremos demais. Se estamos fazendo isso, temos a responsabilidade que ninguém morreu por falta de atendimento e atendimento de qualidade”, pondera o prefeito.
Outro órgão que também enfrentou o prefeito da capital foi a Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (FECOMÉRCIO-MG), que não concordava com as medidas que a prefeitura havia tomado, pois prejudicava um significativo setor por completo.
Contudo, após o pronunciamento de Alexandre Kalil no dia 20 de agosto, avaliou que a decisão traz uma esperança para as empresas que ainda estão fechadas. A federação ainda destacou que a reabertura total das atividades é muito importante para milhares de pessoas na cidade.
“Embora tenham se reinventado e adaptado os seus negócios, muitos empresários de comércio de bens, serviços e turismo não suportariam mais algumas semanas com as portas fechadas. Por isso, toda a população deve zelar e seguir com rigor os protocolos de saúde, para que não seja necessário regredir, mais uma vez, na flexibilização”, pontua a presidente interina da Fecomércio MG, Maria Luiza Maia Oliveira.
No último dia 19, a Prefeitura de Belo Horizonte atualizou os números de casos da COVID-19 e, no topo da lista de bairros com mais casos confirmados, permanece o Buritis, na Região Oeste, com 112 registros. O Buritis é o único bairro, até o momento, com mais de 100 testes positivos para a doença. Esses dados são referentes até o dia 14 de agosto.
Mesmo com dados tão preocupantes, os moradores da Região Oeste lutam para que o comércio, em especial os bares e restaurantes, voltem com as suas atividades normais.
No Buritis, há uma atenção especial à Avenida Mário Werneck, que concentra a grande maioria dos estabelecimentos do setor na região, prioritariamente frequentados por jovens universitários.
No dia 20 de agosto, em coletiva, o secretário da saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, confirma essa atenção especial ao dizer que a grande maioria dos infectados no estado são jovens.
“Os jovens são os mais expostos, isso em todas as estatísticas do mundo. Inclusive, aqui em MG, nós temos um nível de diagnóstico maior entre os jovens. E, felizmente, esse grupo etário tem um índice de complicações menor, inclusive temos muitos deles assintomáticos”, fala Carlos Eduardo.
Ainda na coletiva, Carlo Eduardo completa que “hoje, qualquer pessoa pode estar contaminada com o vírus, fazendo sintomas ou não. Por isso, orientamos que todas pessoas usem máscaras, mantenham os cuidados de higiene, independentemente da idade, do trabalho, da atividade econômica que faz parte”. O secretário pediu que as pessoas continuem com os cuidados de higienização e o distanciamento social para que a contaminação possa ter um controle.
Mesmo após a divulgação da Prefeitura de Belo Horizonte, muitos empresários ainda não estão confiantes com a reabertura, pois o horário de funcionamento permanece reduzido e a venda de bebidas alcoólicas proibida.
“Bares estão fechados. Estamos fazendo isso porque o comerciário não vai comer em fundo de loja e no meio-fio. Estamos abrindo para atender os comerciários. Bares e restaurantes com bebida alcoólica são em outra fase”, explicou Kalil durante a coletiva.
Muitas pessoas ainda não se sentem seguras para frequentar restaurantes, como é o caso de Maria das Graças Paulino, de 60 anos, aposentada.
“Ainda tenho medo de frequentar esses lugares, não sei se os restaurantes vão respeitar o limite ou vão deixar aglomeração. Muitas pessoas não estão preocupadas com as outras, e a vontade de sair de casa é muito grande, isso pode ser ruim pra todo mundo”.
Por outro lado, há quem já esteja animado para poder sair de casa, mesmo que apenas no horário de almoço, como é o caso da também aposentada Maria Aparecida Campos, de 72 anos.
“Olha, como eu moro sozinha, almoçar fora é uma das minhas terapias, além de que muitas pessoas trabalham e não têm onde fazer a sua refeição devidamente. Eu acredito que os restaurantes estão bem equipados para receberem os clientes novamente. É só as pessoas cooperarem, será mais fácil pra todo mundo”.
Para os empresários, esse pode ser o primeiro passo para que as pessoas voltem aos restaurantes, como afirma Isabela Souza Andrade, proprietária de um estabelecimento do ramo.
“Eu acredito que volta [o movimento], porque o pessoal já está desesperado para voltar a almoçar fora de casa, eles nos ligam perguntando se pode ou não pode, eles ficam sabendo da liberação e perguntam se pode voltar, vai ser gradual, mas eles voltam”.
A empresária ainda pontua que terá que diminuir o número de mesas para que os clientes possam almoçar tranquilamente. “Vai diminuir pelo espaçamento das mesas. Antes nos trabalhávamos com 60 mesas, agora vai diminuir para 40. Nós tivemos uma queda de mais de 80%, conseguimos manter os nossos funcionários, mas ainda estamos batalhando”, acrescentou Isabela.
1. Capacidade, disposição de mesas e distanciamento:
2. Serviço:
3. Ambiente e higienização:
4. Profissionais:
5. Regras complementares para estabelecimentos em praças de alimentação de shopping centers, centros de comércio e galerias:
Dados: Diário Oficial do Município de Belo Horizonte.
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