Sem tratamento adequado o lazer pode se tornar uma ameaça

Por Welleson Mendes e William Araújo

O inverno chegou e, com ele, chuvas esporádicas e o frio intenso. Durante esse período, moradores de prédios e condomínios fazem menor uso das piscinas e equipamentos aquáticos. Porém, a manutenção adequada deve continuar a ser uma prioridade.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a região Oeste é a sétima com maior número de casos confirmados de dengue, aproximadamente, sete por cento dos 88.930 casos registrados no mês de junho em Belo Horizonte.

Apesar da região ter forte ocupação verticalizada e o mosquito atingir alturas de apenas 1,20m, usa de estratégias – como escadas e elevadores – para conseguir chegar aos apartamentos mais altos e às coberturas, onde, normalmente, ficam as piscinas.

Além de voar silenciosamente e de ter hábitos diurnos, o Aedes prefere água limpa, sem muita matéria orgânica ou componentes químicos agressivos, como o cloro. Entretanto, a presença desses componentes não impede o mosquito de utilizar a piscina como criadouro para os ovos.

Por isso, cuidar das piscinas é importante. Em períodos de desuso, a Secretaria da Saúde de São Paulo orienta os moradores a diminuírem ao máximo o nível de água nas áreas de lazer.

Outra orientação é o uso de água sanitária. Um estudo realizado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) comprova a eficiência da substância. Utilizar 2ml de água sanitária por litro de água já é suficiente para matar as larvas, segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES).

 

Frio e abandono

No inverno, poucas pessoas utilizam as piscinas. Algumas são abandonadas ou  esvaziadas para economizar na frequência de manutenção. Entretanto, a fêmea do Aedes Aegypti continua ativa e coloca  os ovos na beirada da piscina ou nos espelhos d’água, contando com a negligência dos donos neste período.

A larva do mosquito tem o hábito de, após eclodir, ir até o fundo do recipiente para se alimentar.  As piscinas com restos de água no fundo acabam contribuindo para sua sobrevivência e reprodução.

Outro fator são as piscinas cheias, mas pouco utilizadas por causa da estação. Os motores ficam desligados por longos períodos e as ondas, que eram provocadas e que descolariam os ovos das paredes do tanque, não atuam mais, mantendo a água parada e propícia para proliferação do mosquito da dengue.

Cuidados necessários

Além desse intervalo de uso, alguns donos de piscinas acreditam que o cloro só deve ser aplicado quando o equipamento é utilizado constantemente. Isso não é verdade. O cloro é o desinfetante mais indicado e utilizado em piscinas. É administrado como hipoclorito de sódio (estado líquido) ou hipoclorito de cálcio (estado sólido) e, em contato com a água, forma o ácido hipocloroso, que age na piscina contra bactérias e outros microorganismos, como as larvas do Aedes Aegypti.

Um problema do ácido hipocloroso é a instabilidade, pois em contato constante com o sol pode vir a evaporar rapidamente e não atuar adequadamente.

Outro método preventivo é o uso de telas que cobrem toda a superfície da piscina, evitando qualquer contato com agentes externos causadores de doenças. Contudo, a maneira mais eficiente de evitar que o próprio equipamento de lazer contribua para a dengue ainda é a manutenção periódica citada anteriormente.

Tela de proteção para piscina. Fonte: Imagens Google

Tela de proteção para piscina. Fonte: Imagens Google

Uma alternativa para as piscinas sem sistema de filtragem de água é o sal. Existe uma quantidade de sal proporcional à quantidade de água que auxilia na prevenção. Confira:

O sal pode ser uma alternativa no combate à dengue. Tabela: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo

O sal pode ser uma alternativa no combate à dengue. Tabela: Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo