Por Victória Farias
Em 1970, Belo Horizonte estava convivendo com a ideia do progresso, e, com isso, muitos que moravam nas cidades interioranas começavam a se aglomerar às margens da capital.
Nessa época, o que se conhece hoje como Região Oeste, era uma grande extensão de terra, que fazia parte de uma única fazenda, chamada “Cercadinho”. Com a necessidade de acomodação de muitas pessoas, latifúndios como esse foram sendo redistribuídos, resultado na formação dos bairros.
O loteamento Estrela D’alva, provindo dessa redivisão, era um dos mais novos de Belo Horizonte. Foi oficializado pela prefeitura em 1970 e habilitado para construções em 1980. Dessa apropriação, surgiu um dos maiores conjuntos habitacionais de Belo Horizonte, o Conjunto Estrela D’alva, concebido graças aos recursos do Sistema Financeiro de Habitação.
Porém, devido à descontinuidade da malha urbana, agravada pelo córrego Cercadinho que rodeava a área, os primeiros moradores e interessados pela aquisição tinham dificuldades de acesso ao local.
O Conjunto, ao longo da sua existência, já foi chamado de muitos nomes, entre eles estão: “Conjunto Habitacional do Cercadinho ”, em alusão à fazenda à qual pertencia; “Conjunto Paineiras”, primeiro nome dado ao projeto em 1980.
Hoje, transformou-se em um dos mais antigos e conhecidos de Belo Horizonte, e um dos maiores conglomerados da América Latina, com 154 mil m², o equivalente a mais de 20 campos de futebol. Dentro desse espaço, estão instalados 1381 apartamentos de 2 ou 3 quartos, em prédios de 4 ou 10 andares.
Poucas famílias se instalaram no condomínio desde a sua criação. Mas até hoje, muitos destes pioneiros continuam por lá.
Este é o caso de Sirlei Almeida Silva, de 58 anos, que há 30 mora no bairro. Apesar de considerar que o policiamento deveria ser mais ostensivo, Sirlei comenta sobre melhores anos da sua vida passados no local.
Erita se lembra de quando, na infância, sua mãe saía para trabalhar e levava os sapatos de serviço dentro da bolsa. Naquela época, as ruas do conjunto eram muito barrentas e havia o risco de chegar suja no serviço.
Moradora do conjunto há 16 anos, se sente agradecida pela área arborizada e pelos passarinhos e corujas que cantam embaixo da sua janela. Esse ambiente sempre a transportou para longe das rotinas do dia a dia.
“Isso me faz bem, tem muitos lugares de caminhada, aulas de educação física gratuitas, além de muitos lugares para se exercitar”.
Ainda assim, a moradora sugere que a segurança dentro do conjunto não é adequada. “Antes, dentro do centro comercial do Estrela D’alva, havia uma unidade da Polícia Militar e o socorro era mais rápido, mas, agora, eles se mudaram para o Estoril. Até vemos os policiais nas ruas, mas eles não conseguem atender a todas demandas dos bairros. Sou a favor de uma Polícia mais presente. Sou a favor da conversa, não de punição”, diz Erita.
Já para Zilda, moradora desde 30 de janeiro de 1982, antigamente o conjunto era bem mais tradicional. No início, as pessoas entregavam pães e leite na porta. Era uma correria para garantir o pãozinho de cada dia! Mas, hoje, com a vinda dos supermercados, as pessoas não precisam mais se apressar para comprar as coisas.
Quando ela chegou ao bairro, era apenas ela e mais três moradores no seu prédio. Não havia cercas em volta do quarteirão, e não era tudo demarcado como hoje.
Há dez anos, todo o conjunto foi cercado com telas de arame, quarteirão por quarteirão. Zilda lembra que antes, na época, o Estrela D’alva era aberto e ficava quase impossível sair com o carro, por causa das vacas que dominavam o estacionamento para pastar. E, ainda, como se não estivessem satisfeitas, se deitavam ao lado dos automóveis, para “descansar após o lanchinho.”
“Quando minha filha era bebê, lançava chupetas nas vacas tentando espantá-las. Eu poderia abrir uma loja de chupetas, se quisesse, de tantas que ela tinha jogado fora. Tempos depois, cercaram o lugar e tiraram os animais”, conta Zilda.
Segundo a polícia militar, a maior incidência de crimes na região é a de roubo, principalmente de celulares. São baixas a ocorrência de crimes violentos. Em relação ao ano passado, os índices de criminalidade se mantiveram praticamente inalterados.
De acordo com o tenente Alessandro Barbosa o período de maior incidência criminal ocorre geralmente entre 20h e 22h, principalmente nos dias úteis. “Em sua grande maioria, os criminosos simulam estar armados, colocando a mão por debaixo da camisa.
Em outros casos, há apreensão de simulacros, tais como armas de brinquedo e airsoft”, afirma. “Este tipo de modus operandi é uma alternativa que os criminosos estão utilizando. Já que intensificamos nossas ações e operações no que diz respeito à apreensão de armas de fogo”, completa Barbosa.
A polícia trabalha com diversas prevenções locais. Entre elas, estão a implantação de rede de vizinhos protegidos, realização de blitzes e distribuição de “Dicas PM”.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a Regional Oeste já conta com 12.894 casos de dengue confirmados, apenas este ano.
Ainda de acordo com a secretaria, o centro de saúde do bairro atende cerca de 300 pessoas por dia e as suas atividades estão concentradas em procedimentos de atenção primária em saúde, que incluem acolhimento, avaliação, atendimento, procedimentos técnicos ou encaminhamentos. Além de prevenção, assistência e vigilância em saúde de todas as faixas etárias.
Os serviços são organizados para atender demandas espontâneas, como acidentes, e programadas, como consultas, conforme prioridades clínicas.
Fundada em 1988 e tendo como seu primeiro diretor Raimundo Vale, a sociedade é uma extensa área de lazer destinada aos morados do Conjunto Estrela D’alva.
Ela conta com duas piscinas e quadras de uso público, além de espaços para confraternizações. Atualmente, mais de cinco mil pessoas vivem do conjunto, e esse centro de lazer é aberto a todas elas.
O nome é uma homenagem da comunidade ao primeiro nome do conjunto.
Hoje, o conjunto se modernizou e conta com mais serviços voltados à população. Por exemplo, o Parque Municipal Conjunto Estrela D’alva, implantado em 2002, por meio do Orçamento Participativo, tem uma área de 12 mil m². Sua cobertura vegetal corresponde a cerca de 50% da área total do parque.
Caminhadas, atividades ao ar livre e piqueniques sem montagem de estruturas são gratuitas no parque. Já os eventos particulares com montagem de estrutura têm a cobrança dos preços públicos, de acordo com o decreto 16.374.
Embora o Estrela D’alva seja um bairro grande, não tem muitas variações gastronômicas. Uma das opções locais é o Bar do Clevinho, aberto há mais de 15 anos e localizado na Sociedade.
O bar é o ponto de encontro de todos os moradores aos finais de semana.
Além disso, também é possível participar do encontro de Food Truck, que acontece todas as quintas-feiras das 18h às 22h na R. Manila, altura do número 2.
Lá, são comercializadas comidas artesanais já conhecidas desse tipo de estabelecimento. O evento reúne cerca de dez carros que oferecem, por exemplo, comida argentina, hambúrguer e cervejas artesanais.
O encontro é aberto ao público, e segundo Dannilo Fernandes, um dos organizadores, a atividade já é uma tradição entre os moradores.
Criado junto com o conjunto, o centro comercial Estrela D’alva, atende a população na maioria das necessidades. O centro possui papelaria, farmácia, padaria, uma corretora de imóveis, salão de beleza, um pequeno supermercado, um bar, um consultório de odontologia, além de um hipermercado que se localiza ao seu lado.
Mesmo assim, algumas pessoas preferem ir aos bairros vizinhos para fazer suas compras, às vezes pela distância, às vezes por não encontrar os produtos que precisam no comercio local.
Paróquia Santa Maria Estrela da Manhã
Pense em uma igrejinha de pedra que pode ser vista bem de longe. Planejada para ser a primeira e única igreja do bairro, a Paróquia Santa Maria Estrela da Manhã começou a ser construída juntamente com o conjunto, em 1980.
Hoje, com quase 30 anos, mantem o costume de celebrar as missas em todos os domingos, além das reuniões nas casas dos féis, chamadas “novenas”.
As datas de início e fim das novenas ficam a encargo do Pároco Vladimir Sérgio da Silva, mas todas são encerradas com uma comunhão na paróquia.
As novenas realizadas pela igreja são:
Novena de Natal, no mês de dezembro.
O único centro religioso do condomínio é a paróquia Santa Maria Estrela da Manhã e, talvez, por isso, não tenha ocorrido o estimulo a criação de outras células de outras religiões. Para quem profetiza outra fé, é necessário ir a outros bairros.
O conjunto tem uma escola pública chamada Escola Municipal Prefeito Aminthas de Barros (rua San Salvador, 71). A escola tem quase a mesma idade do conjunto e atende a maioria dos moradores de lá – ministrando o Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e o Supletivo EJA (Educação de Jovens e Adultos). O telefone de contato da instituição é: (31) 3277-6480.
Além da Escola Aminthas de Barros, o Estrela D’alva tem uma Unidade Municipal de Educação Infantil (UMEI), localizada na rua Costa do Marfim, 480. UMEIs são instituições públicas destinadas às crianças de zero a cinco anos e oito meses, e têm como diferencial o funcionamento em horário integral. O telefone de contato da instituição é: (31) 3277-6874.
Os dois principais projetos sociais do conjunto são a Academia Cidade e o Bom na Vida Bom na Bola
A Academia da Cidade, atuante no bairro Havaí, atende o entorno, sendo uma opção de lazer e atividades físicas para os moradores do Estrela D’alva.
A atividade é gratuita, mas, para participar, o interessado deve ter idade acima de 18 anos. O primeiro passo para ingressar na atividade é fazer o cadastro (ligar no local) e uma avaliação física.
Idealizado por Karlinhos, como gosta de ser chamado, o projeto Bom na Bola, Bom na Vida, atua na região desde 2009, e tem como intenção a prevenção da inserção de crianças e adolescentes da marginalidade.
O trabalho é voltado para crianças de ambos os sexos, principalmente de baixa renda atuando como ponte entre o esporte e a vida estudantil, familiar e pessoal.
Policiamento
Os oficiais da 126ª localizada na R. Jose Laporte Neto, 237, Estoril, são os responsáveis pela segurança do bairro Estrela D’alva. Para entrar em contato com a companhia, ligue: 3378-1332.
Mas, para casos de urgência, por recomendação da polícia, é imprescindível o contato com 190 para o rápido atendimento e eficiência no processo.
Saúde
O centro de saúde que atende ao bairro Estrela D’alva e o seu entorno e o Centro de Saúde Havaí (Rua Manila, 432)
O horário de atendimento do centro é de 07h às 18h e o telefone de contato é: 3277-8250.
Lazer
O Parque Municipal Conjunto Estrela D’alva pode ser visitado e utilizado para as atividades de lazer de terça-feira a domingo, das 7h às 18h.
O agendamento para a utilização do espaço do parque para eventos com montagens de estrutura deve ser feito na Divisão de Eventos,
pelo telefone: 3246-5147 ou pelo e-mail: eventosfpm@pbh.gov.br
No Conjunto Estrela D’alva, (na Rua San Salvador, 51) o projeto “Bom na Bola, Bom na vida” acontece às terças e quintas-feiras no horário da noite. Para se inscrever é necessário que o interessado tenha entre quatro a 18 anos. Para saber mais, acesse.
Na academia, as atividades são divididas em exercícios com carga (musculação), chamados de anaeróbios e exercícios de corrida, caminhada ou exercícios contínuos e prolongados, intitulados aeróbios. Ela fica localizada na Avenida Costa do Marfim, 480, bairro Havaí, e o telefone para cadastro é 3277-9616.
Linhas de ônibus
Quando construído, o bairro contava apenas com o atendimento de uma linha de ônibus. Hoje, por estar mais desenvolvido, conta com cinco, que circulam dentro do bairro transportado seus moradores a outras regiões.
E elas são: 8207, 5201, 9206, S22, 4150.
Veja aqui algumas fotos do conjunto, e da Sociedade.
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Uma pena que estão derrubando as árvores , não vai demorar muito para esse conjunto ser um cemitérios de árvores caídas.
Lamentável!!!