Por Maria Clara Diniz
Durante a pandemia do novo coronavírus, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é: fique em casa. Poder trabalhar, estudar, fazer exercícios, assistir lives é, de fato, um privilégio. Em Belo Horizonte, segundo o último levantamento da prefeitura, realizado neste ano, cerca de 4,5 mil pessoas encontram-se em situação de rua, sendo 10% na Região Oeste de Belo Horizonte. Vale ressaltar que o número é estimado, com base no cálculo de inscrições no sistema do CadÚnico, e o movimento de entrada e saída de pessoas em situação de rua é considerado um movimento ondulatório, ocorrendo a todo momento.
Para quem não possui casa, é difícil se isolar. É neste momento que o trabalho realizado pela assistência social fica ainda mais evidente. Para a pessoa em situação de rua, a abordagem social parte do Centro de Referência a Pessoa em Situação de Rua (Centro Pop), que proporciona atendimento socioassistencial, um local para higiene pessoal, lavagem de roupas, guarda de pertences e alimentação.
Segundo o diretor de Proteção Especial da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Régis Spindola, durante a pandemia, foram implementadas novas ações programadas de entrada dos usuários a fim de reduzir a aglomeração dentro do local e proporcionar maior rodízio nas ações ofertadas pelo Centro Pop.
Quem realiza a abordagem são os educadores sociais. Na Região Oeste, o Serviço Especializado em Abordagem Social realizou mais de 150 abordagens a usuários que utilizavam os espaços públicos da regional como moradia desde o início da pandemia. Além disso, o processo de socioeducação à população de rua tem sido intensivo nas últimas semanas.
“Foram afixados cartazes educativos em todas as unidades de atendimento e acompanhamento à população em situação de rua. Durante as abordagens, as equipes têm dado informações sobre prevenção do Covid-19, bem como promove o encaminhamento de casos suspeitos para as unidades de saúde mais próximas. É disponibilizado ainda acesso a itens de higienização e hidratação (sabonetes e água mineral). Já nas unidades de acolhimento para população em situação de rua, foram realizadas oficinas de confecção de máscaras e orientação ao uso e higienização do item de proteção”, ressaltou Régis.
Ainda segundo Régis, a população tem recebido bem as ações educativas de prevenção, participando ativamente dos momentos de orientação e direcionando aos equipamentos socioassistenciais indicados sempre que necessário.
Outras medidas adotadas pela PBH foram a desinfecção de utensílios, celulares e equipamentos. Segundo a prefeitura, as unidades de acolhimento foram orientadas a não permitirem o compartilhamento de utensílios, como copos, xícaras, garrafas de água e talheres.
Também como forma de prevenção, em abril, a PBH implantou uma unidade especifica para o atendimento da população em situação de rua como suspeita de Covid-19. Até o momento, 63 pessoas foram acolhidas, sendo que 30 já finalizaram o período de quarentena e foram encaminhadas às demais redes de acolhimento do município. O acolhimento emergencial fica no Sesc Venda Nova.
Os Restaurantes Populares – que oferecem refeições a baixo custo para a população em vulnerabilidade, e gratuitamente à pessoa em situação de rua – seguem em funcionamento, com exceção ao Refeitório Popular da Câmara Municipal, que está fechado. No entanto, o atendimento está sendo realizado por meio de entregas de marmitex, evitando aglomerações.
O Banco de Alimentos, que realiza doação de alimentos para entidades socioassistenciais, também continua atuando, garantindo, assim, que o alimento chegue às ONGs que realizam ações para a população de rua.
A prefeitura iniciou a distribuição de marmitex para a população em situação de rua também aos finais de semana, com o apoio operacional e logístico da Guarda Municipal. As entregas são feitas uma vez ao dia durante o horário de almoço, aos sábados e domingos, de forma gratuita. Os pontos de distribuição serão os Restaurantes Populares, localizados na região central, na área hospitalar, no Barreiro e em Venda Nova. Serão mais de 3 mil refeições aos finais de semana. Esse reforço garantirá o direito à alimentação de domingo a domingo para a população em situação de rua.
Os Centros de Referência a Assistência Social (CRAS) estão trabalhando com o acompanhamento remoto dos usuários, orientando-os quanto ao acesso aos seus benefícios, auxilio emergencial, cestas básicas de segurança alimentar e na rede de mobilização de apoio local na proteção das famílias. Para realizar o atendimento, basta entrar em contato com o CRAS da sua região, que irá encaminhá-lo ao tele atendimento. A Região Oeste conta com quatro CRAS, sendo eles:
Endereço: Rua Costa do Marfim, 480, Havaí
Contato: (31) 3277-9616 / 3277-7054
Endereço: Avenida Silva Lobo, 2379, Nova Granada
Contato: (31) 3277-7091 / (31) 3246-6002
Endereço: Rua Central, 78, Vila Antena (Morro das Pedras)
Contato: (31) 3246-6509 / (31) 3246-6517
Endereço: Rua Aguanil, 425, Vista Alegre
Contato: (31) 3246-2011 / 3246-2008
Em todas as unidades, o atendimento presencial está suspenso por tempo indeterminado e o tele atendimento está ocorrendo das 9h às 17hs.
Já as unidades do Centro de Referência Especializado na Assistência Social (CREAS) permanecem com o acompanhamento socioassistencial das famílias e indivíduos que vivenciam violações de direitos. São realizados a orientação, o acompanhamento e o monitoramento remoto das famílias, especialmente daquelas com maior situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social. “A comunicação é feita diretamente aos usuários e/ou com as famílias para garantir a atenção especializada, mobilização e fortalecimento do convívio e de redes de apoio”, ressalta Régis.
Na Região Oeste, você pode entrar em contato com o CREAS por meio dos números (31) 3277-6560 / (31) 3277-6561 / (31) 3277-3803 ou pelo e-mail creaso@pbh.gov.br.
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