Por Alexandre Santos
No bairro Buritis, localizado na Região Oeste de Belo Horizonte, a ausência de uma Unidade Municipal de Educação Infantil (UMEI) é um problema para muitos pais e mães, que não possuem um local seguro para deixarem seus filhos durante o horário de trabalho.
A petição aberta pelos moradores, com 104 assinaturas até o momento, destaca que é fundamental a instalação desses dispositivos públicos no bairro, em vista que, o Buritis abriga 17.337 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além do fluxo de cidadãos que se deslocam todos os dias para trabalhar na região.
A moradora do bairro Buritis, Luciane de Pinho, explicou que é preciso se sentir segura para sair e garantir o sustento da família. “Todos os pais precisam trabalhar, e nem todas as empresas estão aderindo ao home office. Seria muito válido se houvesse um local seguro para deixar meu filho”, explica.
O psicólogo, Rodrigo Teixeira, pondera que as UMEI’s desempenham papel fundamental na vida de muitas famílias, principalmente, aquelas em que pais e mães trabalham e precisam de um lugar em que seus filhos possam ficar.
“A inexistência dessas escolas da rede municipal, em muitas localidades contribui para que as mães das crianças deixem de trabalhar, impactando significativamente na renda e na subsistência dessas pessoas”.
Rodrigo ainda alerta que há casos graves de abandono de incapaz, quando a mãe se vê obrigada a deixar o filho sozinho. A mãe que não possui local adequado para deixar seu filho convive com uma angústia e instabilidade emocional, que interferem no seu trabalho, podendo afetar sua produção, eficiência e condições de melhorias profissionais.
“A criança que não tem um local adequado para seu desenvolvimento fica prejudicada e terá comprometimento nas suas capacidades intelectuais e emocionais”, concluiu o psicólogo.
UMEI
A Unidade Municipal de Educação Infantil (UMEI) é um projeto da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para acolher crianças de zero a cinco anos de idade, em horário integral. Cada UMEI conta com a colaboração de uma equipe pedagógica e nutricional para acompanhar o cotidiano das crianças.
O programa, criado há pouco mais de uma década, foi idealizado para famílias de baixo poder aquisitivo, mas tem atendido também a classe média da cidade. As crianças carentes são priorizadas na seleção das vagas, as demais são preenchidas por meio de um sorteio.
O cadastramento deve ser realizado pelos responsáveis maiores de 18 anos da criança, no site oficial da PBH.
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