Por Alexandre Santos
Vivemos em comunidade, mas você já parou para pensar no que isso significa? Em uma sociedade diversa, estamos a todo momento rodeados de pessoas, cada qual com sua bagagem de vida e com sua própria trajetória. O bairro Buritis, localizado na Região Oeste de Belo Horizonte, desfruta de uma população engajada e disposta a contribuir para o desenvolvimento não só da comunidade local, mas de todo seu entorno.
Ao olhar para realidade do bairro, o Jornal Daqui BH separou três personagens do Buritis que dispõem do seu tempo, todos os dias, para contribuir para um mundo melhor, cada um à sua maneira.
O último ano foi turbulento e desafiador para grande parte da população. Com os desdobramentos de escândalos na esfera política e a pressão decorrente da crise sanitária, acompanhar o noticiário não tem sido tarefa fácil. Em meio ao caos, receber uma palavra amiga, de esperança e de encorajamento pode ser fundamental para mudar o dia a dia de alguém, e essa é a proposta da Oficial de Justiça, Laura Spinola, moradora do bairro Buritis desde 2001.
Mãe de duas filhas, Beatriz (8) e Bella (5), Laura é formada em educação física e é a mente por trás da iniciativa de confecção e instalação de placas com mensagens positivas pelo bairro.
O trabalho é feito em equipe. Ou melhor, em família. Enquanto o marido, Rodrigo Perdigão, fica responsável por desmanchar os paletes, recebidos por meio de doações, cortar e lixar, Laura pinta as placas, além de ser quem cria as mensagens. As filhas do casal não ficam de fora. “Bella e Beatriz ajudam a pintar as placas. É uma forma de melhorar a motricidade e também é uma atividade que fazemos em família. A família toda faz parte do processo”, conta a Oficial de Justiça.
Laura Spinola conta que a ação, voluntária e sem fins lucrativos, foi inspirada em uma placa semelhante, que viu em um sítio alugado pela família para passar um tempo durante a quarentena. “Colocamos a primeira placa dia 11 de setembro, e a repercussão foi positiva, com muitas mensagens parabenizando e muitas sugestões de palavras para novas placas. E logo colocamos uma segunda placa”, relata.
Laura revela que recebe muitas mensagens pelas redes sociais, de pessoas parabenizando seu trabalho. No Buritis, já são sete placas instaladas em diferentes pontos.
“Os lugares não são muito visíveis, porque não sei se posso sair colocando placas por aí, então sempre procuro um lugar perto de uma mata, ou uma praça. Gostaria muito de colocar em um lugar onde passam mais pessoas. Hoje esse é o meu desejo”, finaliza.
Casado e pai de um filho de 10 anos de idade, Flávio Henrique Ferreira Grossi é morador do bairro Buritis há treze anos. Flávio iniciou sua vida profissional em Manaus, região Norte do Brasil, onde serviu como oficial da Força Aérea Brasileira. Posteriormente, Flávio retornou a Minas Gerais para atuar como delegado de polícia.
Flávio Grossi trabalhou em casos que ganharam grande repercussão na mídia, como o caso da apresentadora de televisão, Ana Hickmann, e o caso da cervejaria Backer.
No caso “Hickmann”, a modelo e apresentadora, Ana Hickmann, que estava em Belo Horizonte viajando a trabalho, foi surpreendida por Rodrigo Augusto de Pádua, suposto fã da celebridade que, armado com um revólver calibre 38, tentou assassiná-la. Já o caso da cervejaria Backer colocou o Buritis nos noticiários de todo o país, quando moradores ou pessoas que passaram as festas de fim de ano, no bairro, em 2019, foram intoxicadas com o consumo da cerveja “Belorizontina”, da Backer.
Questionado sobre como foi fazer parte de assuntos que ganharam notoriedade nacional, Flávio afirma que, para ele, não há diferença entre os casos. “Eu trato todos os casos com muita dedicação e tento solucionar com a maior qualidade possível”, afirma.
Atualmente, Flávio trabalha no Ministério Público de Minas Gerais e já recebeu algumas condecorações por seu trabalho, entre eles o Colar do Inconfidente da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, em 2019, na Câmara Municipal de Belo Horizonte. “Todas as condecorações que tenho recebido são dedicadas a premiar investigadores. Não são simplesmente comendas e honrarias abonatórias ou políticas. E é o que eu gosto de fazer: investigar”, finaliza.
O economista aposentado, Carlos Vasconcelos, de 60 anos de idade, também conhecido como Karlinhos, é o fundador e atual presidente do “Projeto Bom na Bola, Bom na Vida”. Fundada em 2009, a iniciativa é uma associação, sem fins lucrativos, que oferece, gratuitamente, oficinas esportivas para crianças e jovens de quatro a dezessete anos, como futsal e futebol de campo, além de outros esportes.
Morador do bairro Buritis há mais de vinte anos, Karlinhos é educador e técnico de futebol pelo Instituto Wanderley Luxemburgo (IWL), da Faculdade Castelo Branco (RJ), e graduado em matemática e física. O presidente do projeto conta que, inicialmente, a ideia era apenas formar um grupo de amigos para jogar futebol, mas, com o sucesso, a iniciativa foi crescendo e expandindo para outros bairros e comunidades carentes.
Questionado sobre a motivação para criar o “Bom na Bola, Bom na vida”, Karlinhos explica que seu desejo é transmitir, para a comunidade, disciplina, determinação, perseverança, alteridade e, principalmente, superação, valores que aprendeu jogando bola.
“A iniciativa contribui e espera continuar ajudando na transformação social e humana das pessoas e das comunidades, estimulando para que cada um seja melhor a partir de si mesmo e coletivamente. Para formarmos cidadãos mais conscientes, autônomos, críticos, solidários e espiritualizados, empenhados em transformar a realidade em que vivem a partir da sua transformação pessoal. Ousamos colaborar para ajudar a reduzir a imensa desigualdade social que acontece no nosso querido Brasil”, relata.
Foto: Carlos VasconcelosO projeto já conquistou diversos prêmios, como o “Belo-horizontino nota 10”, da Revista Veja BH, em 2014, e o Prêmio “Bom Exemplo”, na categoria esporte, da Globo Minas, em 2019.
Karlinhos compartilha que ainda há muito o que conquistar. A iniciativa pretende revitalizar o Complexo Esportivo no Bairro Salgado Filho, também na região Oeste de Belo Horizonte, e captar recursos para implementação de projetos para a terceira idade, além de ter em vista a conquista de uma sede e também de carros próprios.
O “Bom na Bola, Bom na Vida” conta com uma série de iniciativas, como o “Bora jogar Bola”, o “Bom na Bola, Bom na Escola” e o “Ponto do Livro”, cuja finalidade é contribuir para a o desenvolvimento da comunidade com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), traçados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Saiba mais acessando o site do “Bom na Bola, Bom na Vida”.
A extração de sisos é crucial para a saúde bucal. Qual a idade ideal? Quais…
Entenda a importância de uma seguradora de carros para esse tipo de acidente
Por Rafael Braga Naturalmente durante o inverno, o movimento de sorveterias e gelaterias cai consideravelmente…
A amostra no Unibh com aparições de skatistas profissionais e surpresas ao público
Qual a importância dessa luta? Uma luta que utiliza desfiles e músicas para alcançar melhorias?…