Por Carla Almeida, Thábata caroline e Stephanie Morgana
Moradora do bairro há dois anos, a pedagoga Daisy Zanitt revela que Floquinho, um de seus cachorros de estimação, teve dificuldades de adaptação quando ficava sozinho no apartamento.
A solução, no entanto, foi contratar um adestrador profissional e, também, estimular algumas mudanças de hábito dos integrantes familiares. Apesar dos esforços, as reclamações dos condôminos não cessaram.
Daisy resolveu, então, adotar mais um animal -– sim, o primogênito também foi adotado! – para servir de companhia ao Floquinho.
O resultado não poderia ser melhor, Papita – uma cadela – caiu como uma luva. A convivência entre os dois facilitou a adaptação de Floquinho e o problema teve fim.
A paixão por animais é característica familiar da pedagoga. Prova disso é o desejo da filha, hoje com 8 anos, em trabalhar, futuramente, com arqueologia e medicina veterinária, pelo amor por dinossauros e cachorros, respectivamente.
“Minha filha brinca de casinha com os cachorros, além de passear, no mínimo, duas vezes ao dia. Então ela sabe a necessidade de me ajudar no cuidado com os cães. E eu considero isso muito importante. Penso que devemos ensinar nossos filhos, desde a infância, a essência em amar e respeitar os animais”.
Os cães – popularmente conhecidos no Brasil como cachorros – são descendentes de lobos e, por isso, o elo com o homem não foi sempre tão amistoso quanto hoje. Trata-se, então, de uma história que começou há cerca de 20 mil anos. Àquela época, porém, este mamífero sequer latia ou poderia ser denominado como cão.
Algumas teorias apontam que os lobos aproximavam-se dos homens para se alimentar do resto de comidas. Os homens, por sua vez, sentiam-se protegidos e permitiam a proximidade.
Com o tempo, estes animais, incapazes de irem à caça sozinhos, passaram a enxergar no homem sua única fonte de alimento. Nascia, então, a amizade – considerada por muitos – mais sincera da história da humanidade.
Seguindo uma linha de evolução, as coisas se encaminharam para a domesticação dos cachorros. Antes caçadores, depois pastores e, atualmente, animais de estimação.
Na maioria dos casos, o animal é considerado integrante da família e seus donos não medem esforços para satisfazê-los.
É válido ressaltar, porém, que a composição familiar brasileira também vem sofrendo alterações ao longo dos anos e isso contribui na afetividade para com o PET – termo que surgiu na Escócia, em 1950, como sinônimo de “animal preferido”.
A pequena Suri vai ganhar um irmãozinho. A mãe, Priscila Suassuna, está radiante e faz questão de compartilhar cada momento, inclusive o enxoval do mais novo integrante.
Suri já conhece todas as peças do enxoval de seu irmão mais novo, aliás, já demonstra muito afeto por ele.
“Costumo pegar as peças do enxoval e dar pra ela cheirar e, de certa forma, ir acostumando. Às vezes, quando estou deitada, a Suri se aproxima, cheira minha barriga e acaba escorando a cabeça em cima de mim. Na primeira vez, eu e meu marido ficamos chocados, mas agora já acostumamos”.
É exatamente isso que você está pensando, a pequena Suri é uma cadela da raça Golden Retriever. Embora seja um animal de grande porte, os Golden Retriever têm temperamento mais calmo e se adaptam bem em apartamentos.
Quanto a convivência do animal com a sociedade, Priscila destaca a necessidade de seguir algumas regras básicas. Como, por exemplo, passear com os animais e sempre levar um saco plástico para recolher as fezes, principalmente em vias públicas.
Aqui no Buritis, segundo ela, é muito comum andar pelas ruas e se deparar com fezes espalhadas em calçadas, gramas e afins. Então, é importante ressaltar a relevância de praticar pequenas ações, porém, com potencial de contribuir no bem comum.
Em séculos passados, as famílias eram compostas por muitos filhos. A lógica se inverteu. Atualmente, a opção é ter poucos filhos, e, dependendo da situação, o primogênito pode ser, exatamente, um cachorro ou uma cadela, como é o caso da Zoe.
A cadela, da raça Yorkshire, ganhou, ao completar um ano, uma festa de aniversário, promovida por sua dona, a administradora Raquel Diniz Dalseco, 38 anos. O evento teve direito a book fotográfico, decoração personalizada, buffet especializado, bem como a presença de um mestre de cerimônias. A festa custou, em sua totalidade, R$ 12 mil reais.
Para muitos, pode parecer loucura, para Raquel foi apenas mais uma demonstração de sua imperatividade – classificação feita pela própria administradora.
“Sou uma pessoa bem imperativa, gosto de novidades. Costumo falar que contratei uma barriga de aluguel para gerar a Zoe. Nesse meio tempo, pesquisei tudo que estava relacionado a cachorro. Organizei o enxoval, fiz tudo combinando e as coisas fluíram naturalmente. O mais legal é a possibilidade de criar amizades. Se eu não tivesse a Zoe, certamente também não teria a oportunidade de conhecer tantas pessoas”.
Zoe, por sua vez, já tem rotina definida. Além de receber aulas com adestrador, a “filha” de Raquel frequenta, semanalmente, escolinha de socialização e petshop.
São casos como o de Zoe que movimentam este mercado tão promissor.
Em alta no mercado, segmento pet no Brasil é um dos setores que conseguiu driblar a crise econômica que assolou o país desde 2014.
Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o mercado pet faturou, em 2016, exatos R$ 18,9 bilhões, crescimento de 4,9% em relação a 2015.
Apesar do superávit, o resultado ficou abaixo do esperado. A expectativa da Abinpet era alcançar um crescimento de 5,7%, entretanto, o setor foi vítima dos efeitos da inflação e da crise econômica.
Mesmo em meio a instabilidade econômica, o Brasil é considerado um dos principais países no quesito faturamento do mercado pet mundial. Em terceiro lugar, com 5,3%, o país fica atrás apenas de Estados Unidos e Reino Unido, com 42% e 6,7%, respectivamente.
Minas Gerais é o segundo estado que mais lucra com o segmento, ficando atrás somente de São Paulo.
Cientes dessa potência, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, CDL/BH, se viu na obrigação de criar a Câmara Setorial CDL/BH Pet, um departamento exclusivo para monitorar estabelecimentos criados para este fim.
Esse crescimento, no entanto, se deu de maneira desorganizada. Apesar da expansão, ainda havia necessidade de um órgão específico destinado a suprir demandas pertinentes ao setor.
Diretor da CDL/BH Pet Vilson Mayrink justifica a necessidade da criação desse departamento.
“O segmento pet é um expoente no mercado e, por isso, a demanda aumentou consideravelmente. A Câmara Setorial CDL/BH Pet tem, como objetivo, ser o mediador de resoluções entre lojista e consumidor local, a fim de suprir as deficiências apresentadas”.
Em meio a crise e a considerável queda de demanda no mercado corporativo, Rossana Grassi, teve de se reinventar. Aliada a sua expertise, a fotógrafa decidiu, então, desenvolver um projeto voltado ao segmento pet.
Há apenas três meses no bairro, Planeta Pet investe na oferta de alguns diferenciais em relação a outros estabelecimentos da região.
Como consequência do convívio diário entre os amiguinhos caninos e felinos é comum que seus donos optem por frequentar estabelecimentos acompanhados de seus respectivos companheiros.
Este hábito, porém, pode evoluir para um problema, pois nem todos os estabelecimentos aceitam a permanência de animais de estimação.
Aliados a isso, empresários mineiros se atentam à prática de uma tendência mundial, conhecida como pet friendly.
No entanto, essa prática ainda não é intensa no Buritis. Em pesquisa realizada por alguns bares, a conclusão é que a presença dos animais acontece mais espontaneamente do que planejada.
Na churrascaria Boi Zé, localizada na Av. Eng. Carlos Goulart, 167, é comum se deparar com clientes acompanhados por seus cães. De acordo com o gerente Conrado Pinego, embora o estabelecimento não se caracterize como pet friendly, sempre foi costume permitir a permanência dos animaizinhos.
“É algo que foi acontecendo naturalmente desde a inauguração, as pessoas traziam e nós nunca proibimos. Não temos cardápio exclusivo para os animais, tampouco vasilhas de água destinadas, exclusivamente, a eles. Porém, se o cliente pedir, oferecemos água em utensílios descartáveis”.
Ainda de acordo com Conrado, às vezes, o próprio cliente pede uma porção de carne, especialmente, para o animal.
“É inusitado, mas não temos nenhuma restrição quanto a isso. Servimos normalmente. A única ressalva, porém, é que estes clientes permaneçam nas mesas espalhadas na área externa do estabelecimento”.
A Paladar Pet é uma empresa especializada em alimentação natural para cães e gatos. Os serviços oferecidos são petiscos e buffet personalizado. Os alimentos não possuem conservantes, são 100% naturais.
Por essa razão, os produtos são disponibilizados apenas na capital e região metropolitana.
Os clientes do buffet são, predominantemente, das classes A e B, inclusive do Buritis. Com média de 20 festas mensais, a Paladar Pet tem, também, 28 cachorros (clientes) que consomem alimentos naturais mensalmente.
Dentre os produtos disponíveis, o cupcake é o mais em conta, R$3,50, porém, com pedido mínimo de sete unidades. Já o mais caro é o bolo para 30 “cãovidados” que custa, em média, R$110,00.
O prato número 1 dos pets é, de acordo com a proprietária Marina Gregório Resende, 25, o bolo de fígado com cobertura de chantilly canino – considerado uma receita secreta da Paladar. Logo depois, vem o petisco de fígado com beterraba, fígado, coxinha etc. Mas nem tudo são flores – ou comestíveis.
Alguns animais apresentam alergia alimentar e os donos devem identificar quais são eles. Segundo Marina, os principais alimentos que causam alergia são: frango, cenoura e porco.
É importante ressaltar, ainda, que, em casos de alimentos com alto índice alergênico, estes são informados ao cliente a fim de evitar qualquer dano prejudicial a saúde do animal.
O Patinha Natural também oferece petiscos naturais caninos e felinos. A responsável pela iniciativa é a analista de sistemas Denise Carolina, 36.
Embora seu campo de atuação não tenha ligação direta com alimentação natural para animais, Denise explica como tudo começou.
“Minha área de formação é Tecnologia em Informática, porém, há dois anos, decidi largar tudo e me dedicar ao segmento pet. Fiz cursos de banho e tosa e pet sitter. Mas, seguindo uma tendência mercadológica, resolvi me especializar no ramo de alimentação natural para animais. Atualmente, me dedico somente a produção destes petiscos naturais”.
Com média de, aproximadamente, 100 pacotes de petiscos mensais, Denise afirma que as vendas são, em sua maioria, diretamente com os clientes, e, por vezes, resultantes de participações em eventos corporativos.
A extração de sisos é crucial para a saúde bucal. Qual a idade ideal? Quais…
Entenda a importância de uma seguradora de carros para esse tipo de acidente
Por Rafael Braga Naturalmente durante o inverno, o movimento de sorveterias e gelaterias cai consideravelmente…
A amostra no Unibh com aparições de skatistas profissionais e surpresas ao público
Qual a importância dessa luta? Uma luta que utiliza desfiles e músicas para alcançar melhorias?…
View Comments
Que lindos animais. Adorei.
amei! Cachorros são realmente tudo de bom!!
Excelente artigo, acompanho o seu trabalho a algum tempo e tenho amado os artigos que você publica! Hoje em dia o mercado precisa de profissionais como você. Não deixe de ver os meus artigos também, veja aqui!