Por Matheus Rocha
Desde o início do distanciamento social, em 17 de março, a redução do número de pessoas nas ruas impactou também no número de crimes violentos na grande BH. De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, somando os 5 primeiros meses do ano, Belo Horizonte registrou 6.300 ocorrências de crimes violentos, enquanto no mesmo período de 2019, foram contabilizados 9.522 registros.
Segundo o presidente da Associação Comunitária do Bairro Olhos D’água, Alex Rodrigues, essa melhora da segurança não é mérito apenas da redução de pessoas nas ruas, mas também do eficiente trabalho conjunto da Polícia Militar.
“Na minha opinião, isso é resultado dos excelentes trabalhos realizados pela Polícia Militar, e também em partes se deve à redução do número de pessoas nas ruas. Menos pessoas nas ruas, menos pessoas para serem vítimas.”
E, pelo que mostram os números, a impressão é verdadeira. Um exemplo disso é o número de roubos consumados. Em fevereiro desse ano, foram registrados 1.563 casos, enquanto que em março, primeiro mês da quarentena em BH, foram 1.049 ocorrências. Redução de 514 registros em apenas um mês.
Outros crimes também registraram reduções de ocorrências. Homicídios, sequestros, extorsões e estupros acompanham a curva de queda em 2020. Veja abaixo.
POLÍCIA MILITAR MANTÉM EFETIVO NAS RUAS
Em entrevista exclusiva ao Jornal DaquiBH, o Major Rafael, que atua na Relações Públicas do Comando de Policiamento da Capital da Polícia Militar, falou sobre as ações da instituição para reduzir ainda mais os índices de criminalidade.
De acordo com o major, uma das primeiras medidas adotadas pela PM foi suspender as aulas na academia de formação e remanejar os militares de setores administrativos. Para ele, isso possibilita uma maior presença nas áreas comerciais e residenciais, evitando assim possíveis furtos, arrombamentos e demais atividades ilícitas.
ATUAÇÃO NA REGIÃO OESTE
Segunda região com maior número de bairros de Belo Horizonte, com 63 bairros, a Regional Oeste possui 308.549 habitantes distribuídos em 101.260 domicílios, segundo levantamento da prefeitura.
Por se tratar de uma grande região, o policiamento local possui suas particularidades. A desigualdade socioeconômica na região é uma delas. Segundo o Major Rafael, um ponto de grande importância para realização do trabalho é a proximidade com os moradores e comerciantes locais.
Para Alex Rodrigues, essa aproximação vem fazendo efeito. Segundo o representante de um dos bairros da região, o trabalho realizado pelos militares na região é eficiente, e fruto de elogios.
“Temos excelentes trabalhos junto à 126ª Companhia da PM. Sempre que precisamos, […] com esses trabalhos, conseguimos trazer o Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência) para as escolas estaduais e municipais, por exemplo.”
Além dessa proximidade, outro ponto que auxilia o trabalho das forças de segurança é a Rede de Vizinhos Protegidos. Em vigor desde 2005, o programa busca, através da comunicação e vigilância locais, reduzir ainda mais crimes como arrombamentos, furtos e até mesmo sequestro e cárcere privado. Para saber como participar da Rede de Vizinhos Protegidos, clique aqui
Entretanto, esse ainda é um ponto a ser melhorado, uma vez que as ocorrências de sequestro estão entre as poucas exceções na constante redução na criminalidade. Os casos registrados saltaram de 14 em 2019 para 22 em 2020, em um levantamento entre janeiro a maio.
Outro ponto considerado fundamental pelo Major Rafael são as Bases Comunitárias Móveis. Criado em agosto de 2017, o projeto conta com 86 unidades, sendo 6 delas na região.
As vans contam com 10 militares em sistema de rodízio, e atuam diariamente de 14 horas às meia-noite. Os veículos estão posicionados nos bairros Betânia, Gameleira, Califórnia, Olhos D’água, Buritis e Havaí. Para mais informações sobre a localização das Bases Móveis, clique aqui
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