Por William Araújo
No bairro Buritis, de janeiro a agosto, deste ano, foram registrados 25 focos de incêndios florestais. No bairro Estoril foram 17 casos. Um acréscimo de 35% em comparação com o mesmo período de 2015, quando os bairros Buritis e Estoril apresentaram 22 e 9 focos, respectivamente.
À medida que a primavera se aproxima e o calor na cidade vai aumentando, a folhagem seca do inverno fica propensa à combustão espontânea. No último domingo, 18, Belo Horizonte registrou a maior temperatura do ano – 35,5 °C.
A Região Metropolitana de Belo Horizonte apresentou, em 2015, 2115 focos. Em comparação com 2016, de janeiro a agosto, esse número já ultrapassa 2335 casos. Mais de 10% de acréscimo sem que, ao menos, o ano tenha terminado.
Em Minas Gerais, de janeiro a agosto de 2015, foram computados 6309 casos de incêndio florestal. Já em 2016, para o mesmo período, foram 9262 incêndios atendidos pelo corpo de bombeiros. Um aumento de aproximadamente 47% de ocorrências.
De acordo com a Tenente Sônia Borges, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, existe uma pequena diferença entre queimadas e incêndios florestais:
“As queimadas são o uso autorizado do fogo, pelo Instituto Estadual de Florestas, para queimar uma vegetação específica. Geralmente empregado nas atividades agrícolas ou no alargamento de aceiros (retirada de parte da vegetação para impedir a propagação do incêndio). Enquanto o incêndio florestal é uma queima descontrolada que necessita da atuação de profissionais para o combate às chamas”.
O último foco de incêndio na regional Oeste, registrado pelo Corpo de Bombeiros, foi em uma serra no Estoril. Segundo testemunhas, o fogo foi ateado à mata e se alastrou por trás do Instituto de Gestão em Tecnologia da Informação (IGTI). Veja aqui.
Para que exista chama, é necessária a união de três fatores: combustível, oxigênio e calor. Essa tríade é chamada de “Triângulo do Fogo”. Por isso, o aumento da temperatura, proveniente da aproximação da primavera, pode auxiliar no aumento de incêndios espontâneos.
As folhas secas e caídas, resultado do outono e inverno, se acumulam e fazem choças que armazenam oxigênio e calor. O sol retira toda a umidade do local e contribui ativamente para o aumento da temperatura. O vento também propicia, lançando mais oxigênio na mistura.
Particularmente, o bairro Buritis abriga uma grande quantidade de matas e lotes vagos. O segundo maior parque de Belo Horizonte, o Aggeo Pio Sobrinho, também está localizado na região.
A grande quantidade de prédios gera corredores de vento e, além disso, o reflexo das janelas também podem aumentar a temperatura das matas, o que acrescenta mais fatores à equação.
Quando a primeira fagulha acontece, a vegetação serve de combustível e proliferam as chamas. Daí temos o incêndio descontrolado.
O corpo de bombeiros (número 193) precisa ser acionado imediatamente, quando existe a mera suspeita de fogo; quando a fumaça começa a surgir sem explicação em meio a mata.
Algumas medidas de segurança podem ser adotadas por moradores, tais como:
– Nos dias mais quentes, moradores dos apartamentos mais altos podem molhar, com mangueira, a mata lateral ao prédio
– Vizinhos podem cobrar que proprietários de lotes vagos providenciem a limpeza do patrimônio
– Vizinhos podem denunciar quando moradores fazem pequenas queimas de folhagens
– Moradores de apartamentos mais altos devem acionar o Corpo de Bombeiros assim que identificarem a presença de fumaça
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