Por Rebeca Nicholls

No dia 22 de abril deste ano, o ministro da saúde Marcelo Queiroga formalizou o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) pela Pandemia de Covid-19, por meio da portaria n° 188. A medida revoga o texto da Espin, publicado em fevereiro de 2020, quando a pandemia estava no início, e previa medidas e protocolos emergenciais com o intuito de prevenir, conter e combater a doença.

Essa medida já havia sido anunciada no dia 17 de abril, mas foi oficializada apenas na sexta-feira, dia 22 de abril, quando o ministro assinou o termo. 

Dentre as medidas previstas na Espin estava o uso emergencial de vacinas e medicamentos. Apesar do decreto, no entanto, essas medidas não serão alteradas, já que o Ministério da Saúde enviou um pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) solicitando a continuidade do uso emergencial. Além disso, o ministro esclareceu que nenhum protocolo de saúde será finalizado. 

O motivo indicado por ele para o ato da revogação é a alteração positiva da situação da Covid-19 no Brasil. Efetivado graças à grande cobertura vacinal brasileira, que atualmente tem 77,7% de sua população com o esquema vacinal primário completo.

A notícia foi recebida com muitas críticas por governadores, especialistas e parte da população, principalmente por ir contra as indicações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que, no dia 13 de abril de 2022, comunicou que a pandemia continua sendo uma “emergência em saúde pública de importância internacional”.

E em Belo Horizonte?

O decreto de calamidade pública de Belo Horizonte foi encerrado no dia 31 de março de 2022. A medida, assim como a Espin, também previa decisões emergenciais relacionadas à Covid-19. Além disso, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), assinou, no dia 27 de abril, um decreto que tira a obrigação do uso de máscaras em locais fechados, entretanto, a medida não engloba transportes coletivos e escolares, serviços de saúde e restaurantes self-service. 

 

 

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A pandemia acabou?

A OMS ainda declara a Covid-19 como pandemia e, apesar das medidas tomadas, tanto pelo ministério da saúde, quanto pela prefeitura de Belo Horizonte, ainda é preciso continuar seguindo alguns protocolos de segurança contra Covid-19. Principalmente em relação à vacinação. Para isso, é importante continuar se informando sobre os mutirões de vacinas e as atualizações sobre as doses disponíveis para cada idade. 

A estudante  Thiffany Victória, que faz História no Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH conta que, mesmo com as flexibilizações, continuará fazendo a sua parte para que o vírus não se espalhe.

“A pandemia está longe de acabar e eu acho que tinha que ter mais políticas públicas para conter a pandemia. Eu me vacinei até a segunda dose, que são as doses que estão disponíveis para mim e pretendo continuar usando máscaras em lugares fechados com muita aglomeração, como nas salas de aula, além de seguir as orientações científicas e continuar lavando sempre as mãos”, lembra.

Diogo Umann, médico membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e diretor técnico da Imedato Consultas e Exames, explica que alguns cuidados precisam ser mantidos.

‘’É importante que alguns cuidados básicos que acabamos incorporando à nossa rotina sejam mantidos, como higienizar sempre as mãos com água e sabão e, caso não haja acesso a um lavatório, usar o álcool 70%. De preferência, sempre tê-lo na bolsa, levando para onde for no dia a dia.  Evitar levar as mãos aos olhos, boca e nariz, além de procurarmos nos manter saudáveis, cuidando da nossa alimentação, hábitos diários, praticar atividade física regularmente, manter os exames médicos em dia…Tudo isso contribui para que nossa saúde esteja melhor fortalecida. Se possível, evitar locais fechados com grandes aglomerações.”