Por Carolina Rizzo

Uma coletiva de imprensa, convocada pela Prefeitura de Belo Horizonte por meio da BHTRANS, para discutir melhorias no transporte coletivo, provocou muita polêmica no último dia 26 de dezembro. Segundo a BHTRANS, um grupo de trabalho vai se reunir em fevereiro para decidir em quais regiões serão implantadas as novas faixas de ônibus em Belo Horizonte. Eles pretendem dobrar a extensão das faixas exclusivas e o Buritis foi um dos bairros especulados, o que causou grande repercussão.

O trânsito na região do Buritis sempre foi apontado, pelos moradores, como o grande problema do bairro. O fato de não possuir muitas entradas e saídas faz com que as vias de trânsito acabem se encontrando nas mesmas avenidas: a Professor Mário Werneck e a Raja Gabaglia. Desta forma, em horários de pico, o tráfego intenso compromete o deslocamento.

Morador da região, o engenheiro mecânico Frederico Alberto, acredita que a faixa exclusiva para ônibus só iria atrapalhar ainda mais o trânsito. “Na minha visão, a faixa de ônibus pode ser prejudicial para o trânsito do Buritis. Já não flui bem, iria piorar cada vez mais”.

Ainda de acordo com Frederico, a BHTRANS deveria tomar outras medidas para a melhoria do trânsito. “Seria uma boa eles estreitarem o canteiro central da Mário Werneck, dando mais liberdade para os veículos”.

Já o motorista de ônibus, Danilo Ferreira, recebeu com grande satisfação a informação. “Já passou da hora de ter uma faixa exclusiva para ônibus aqui no Buritis. É uma excelente ideia porque aqui ninguém respeita nada, principalmente os motoristas de carros pequenos. Com a implantação dessas faixas vai ficar muito mais fácil. ’’

Questionada a respeito da implantação das novas faixas de ônibus, no último dia 14, a assessoria de comunicação da BHTRANS respondeu por meio de uma nota, evitando a polêmica e dando mais ênfase às ciclovias do que às faixas exclusivas para o transporte público.

Nota da BHTRANS

“Em fevereiro, um grupo de trabalho vai começar a se reunir para discutir melhorias no transporte coletivo em Belo Horizonte. Entre os assuntos a serem tratados está a implantação de novas faixas e pistas exclusivas para o transporte público. Esse grupo é que decidirá quais locais são prioritários.

A BHTRANS preparou um termo de referência para revisão de 54km de projetos de infraestrutura cicloviária integrada à Rede de Transporte Público de Belo Horizonte. Estamos trabalhando também nos projetos de Zona 30 da Região Hospitalar e no bairro Cachoeirinha. A meta é chegar, até 2020, a 411 km de rotas cicláveis (ciclovias, ciclofaixas e/ou vias acalmadas).

A definição da rede cicloviária de Belo Horizonte prioriza a ligação com a rede de transporte público, estações de integração e regiões com maior concentração de deslocamentos. O programa de incentivo ao uso da bicicleta também prevê a implantação de bicicletários no metrô e nas estações de integração do Move.”