Por Luisa Reis
Desde o final de março deste ano, o mundo todo foi obrigado a se adaptar a novas formas de trabalho, lazer e convívio. A COVID-19 trouxe muitas coisas ruins, incluindo mortes, distanciamento, aumento do desemprego, queda de ganhos para empresários e assalariados, dentre outras coisas. Porém, nos convidou a explorar um mundo que já existia, mas neste momento, seria a única saída para se distrair psicologicamente: as redes sociais e os games online.
O mundo dos games vive uma constante mudança e atualização desde que foi criado o primeiro vídeo game, em 1972, e o acesso de jogos também para computadores. O avanço na tecnologia é o principal responsável por todo esse crescimento e globalização dos games. Hoje, é possível jogar por console, computador, notebook, smartphones e tablets, através do modo online (que inclui o multijogador, cooperativo e o individual). Desde o primeiro jogo criado pela Apple, exclusivo para computadores, os modos dos games e a conectividade não param de evoluir.
Atualmente, os games e o streaming (armazenamento de vídeos/filmes/séries em um servidor), têm um protagonismo no meio online. O número de jogadores que acessam jogos virtuais tem aumentado de forma assustadora nessa época de quarentena. Como por exemplo, a Steam, plataforma de jogos digitais para computadores mais popular do mundo, que registrou o maior número de usuários simultaneamente online em toda a sua história de 16 anos. Em um domingo de maio, deste ano, 22,6 milhões de usuários estavam logados no sistema ao mesmo tempo.
“Esse fenômeno é uma consequência natural do atual cenário em que vivemos. Os games se tornaram opção até para os esportes tradicionais no momento de entreter o público, que viu torneios e campeonatos serem cancelados. Os eSports já possuem um cenário consolidado, principalmente no Brasil, e – apesar de também afetados – serão uma ótima maneira de entretenimento. Isso beneficia tanto desenvolvedor, como canais de transmissão como a Twitch”, explica Bruno Maia, CEO da 14, agência de conteúdos estratégicos e digital, e especialista em negócios e novas tecnologias no esporte para a exame.com.
Isso explica a utilização dos jogos online que os clubes de futebol, por exemplo, estão fazendo para explorarem esse cenário. Em março, atletas dos times espanhóis Real Bétis e Sevilla tiveram a ideia de disputar o Dérbi (nome dado a um confronto futebolístico de grande rivalidade, sendo que, mais frequentemente, é realizado por duas entidades desportivas locais) no jogo FIFA 20 e transmitir a partida pela Twitch TV. A transmissão foi um sucesso e superou a marca de 60 mil espectadores simultâneos.
Esse impacto dos jogos online acaba gerando uma nova forma de uma empresa, normalmente de entretenimento, se comunicar com seu público. Por esse motivo, clubes de futebol contratam jogadores de eSports para representá-los em campeonatos e terem suas marcas divulgadas. Outro exemplo desse investimento foi o caso do Goiás Esporte Clube, que anunciou, no dia 2 de junho de 2020, que irá investir nos esportes eletrônicos.
Apesar de anunciar os planos, o Goiás ainda não confirmou as modalidades nas quais irá investir primeiramente. O esmeraldino pediu para que seus torcedores fiquem ligados nas redes sociais do clube para futuras novidades nessa questão.
O Goiás é mais um clube a iniciar planos para expansão de suas modalidades. No Brasil, grandes clubes já estão fazendo o movimento de investimento nos esportes eletrônicos. O mais conhecido é o Flamengo, que já foi campeão do CBLoL (Campeonato Brasileiro de League of Legends), por exemplo. Outro grande brasileiro a representar o país nos esportes eletrônicos é o Corinthians, atual campeão mundial de Free Fire.
Migrando do lado de interesses profissionais e econômicos, para o doméstico, é notável o quanto a população no Brasil voltou a jogar jogos online e, quem não jogava, começou a jogar.
Em uma entrevista feita com um youtuber e streamer do nicho infantil e adolescente, o jogador profissional relata sua percepção sobre como esta quarentena está influenciando os jogadores domésticos também.
“A maior parte do meu público é composto por crianças em idade escolar. Com a paralisação das aulas presenciais, os meus vídeos tiveram um aumento nas visualizações de cerca de 50%. Antes da quarentena, eu postava 1 vídeo por dia, e agora decidi aumentar para 2 vídeos diários a pedido dos inscritos, que estão com mais tempo livre para jogar e assistir vídeos. A Steam, uma das plataformas de jogos online mais populares do mundo, registrou um novo recorde de 20 milhões de usuários simultâneos em março. Isso reforça a premissa de que mais pessoas estão passando o tempo jogando para combater o ócio da quarentena”, relata Victor Pereira, dono do canal HeyKroni, no Youtube.
Outro gamer que também nos contou um pouco sobre sua experiência foi Saymon Reis, morador e estudante no bairro Buritis. Há 5 anos, Saymon era jogador profissional de um time de Counter Strike, jogo de FPS (abreviação para “First Person Shooter” ou Tiro em Primeira Pessoa) para computador. Hoje, ele não joga mais profissionalmente, mas joga com amigos e para interagir.
“Antes desse caos todo atingir o mundo, eu estava muito ocupado com trabalho/faculdade e, aos finais de semana, saía para me distrair com os amigos. Raramente eu parava para jogar meu Playstation 4, que estava estragado. Com todo mundo em casa, não podendo ver os amigos, nós encontramos um jeito para interagir com os jogos. Como não tinha nada para fazer, eu consertei meu play. Antes, eu que quase não jogava, passei a ficar muitas horas do meu dia jogando para distrair. Comecei a jogar online com apenas 2 amigos e hoje já somos 8”, relata Saymon, que hoje estuda Nutrição e trabalha na montadora de carros FIAT.
O modo de jogo do momento, nesta era de jogos online, é o Battle Royale (gênero de jogo eletrônico que mistura elementos de exploração, sobrevivência e procura de equipamentos como armas). Dentre os games mais jogados atualmente, vários deste tipo estão na lista, como o Playerunknown’s Battlegrounds (PUBG), Free fire e o mais jogado dentre eles, Fortnite.
O site Liga dos Games fez uma pesquisa em várias distribuidoras de jogos digitais online, como Steam, Epic Games e Origin, e conseguiu fazer um levantamento sobre os 16 jogos mais jogados em 2020. O resultado se deu com Fortnite em primeiro lugar com, aproximadamente, 250 milhões de jogadores ativos. Em segundo lugar, vem o Minecraft, tema da maioria dos vídeos do youtuber entrevistado, Victor Pereira HeyKroni, com 112 milhões de jogadores registrados. Na lista ainda integram Free Fire e PUBG, games Battle Royale.
O adolescente Vitor Gabriel, jogador da categoria de base do Clube Atlético Mineiro e morador do Buritis, tem como sua segunda paixão o game Fortnite. Nesse momento de quarentena, como o centro de treinamento está fechado, ele faz exercícios físicos em casa para manter a forma, mas no resto do tempo, além dos estudos, joga Fortnite com os amigos.
“Eu amo Fortnite! É meu jogo preferido de vídeo game. Antes, eu gostava mais de FIFA, mas depois que conheci o Fortinite, não consigo mais parar de jogar. Acho que é por isso que Battle Royale é tão jogado hoje em dia. Virou febre! O tipo de jogo que faz você viciar e não querer parar mais de jogar. Estou quase chegando no nível profissional. Daqui a pouco dá pra tirar até um dinheirinho”, conta empolgado Vitor, que pretende ganhar uma pequena quantia jogando partidas ranqueadas contra adversários profissionais.
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