Por Ney Felipe
Você homem que anda frequentando os salões hoje em dia, já foi surpreendido por algum desses novos serviços: barboterapia, camuflagem de cabelos brancos, selagem, texturas e platinados ou cortes personalizados com referência nas últimas tendências?
Ou então, você está prestes a viver o seu grande dia, vai se casar e chega na barbearia e tem a sua disposição massagem relaxante, limpeza de pele, banho de ofurô, lanche especial?
Os serviços que antes eram vistos como exclusividades para os salões de beleza feminino, hoje são presentes, cada vez mais, no mundo das barbearias. Apesar de novos, estão, também, em barbearias antigas.
Atualmente, esse ramo movimenta milhões na economia nacional. Segundo pesquisas feitas pela empresa Euromonitor International, o Brasil pode se tornar o maior mercado de beleza masculina do mundo.
A pesquisa traz números que indicam crescimento vertiginoso como o dos últimos cinco anos. Mostram que, no país, o setor de beleza masculina dobrou e deve continuar crescendo 7,1% ao ano até 2019, quando se tornará o maior mercado do mundo na categoria – movimentando US$ 6,7 bilhões em vendas.
Os estudos da Euromonitor dizem que, desde 2015, no Brasil, o mercado de beleza masculina já dava indícios de sua grandiosidade, quando girou cerca de R$ 20 bilhões na economia. O público masculino tem sido uma boa surpresa para o setor de men`s care.
Mas nem só de números os novos empresários vivem. Saulo Donnard, professor do Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH) e Analista de Marketing e Comportamento de Consumo, diz se tratar de um crescimento orgânico, que se sustentará pelos próximos anos uma vez que está alicerçado em um novo padrão de comportamento e em valores pessoais que refletem um novo estilo de vida. E, justamente por isso, não é apenas uma onda de modismo.
O professor ainda aponta alguns benefícios para a economia:
“Do ponto de vista da economia esse mercado apresenta significativa importância. Primeiro porque o crescimento no consumo de produtos de beleza e higiene pessoal masculina faz movimentar toda uma cadeia produtiva na indústria, gerando investimentos, emprego e renda”
Ainda, segundo Saulo, outro fator é devido a grande parte desse mercado de beleza masculina ser formado por prestadores de serviços, que conseguem mais rapidamente se expandirem e abrirem novas vagas de trabalho para diferentes tipos de profissionais.
Na região do Buritis, o público masculino tem várias opções de salões e barbearias. Por exemplo, a barbearia “Tal Pai, Tal Filho” e a barbearia Torres, dois comércios com anos de experiência.
Com propostas e estilos diferentes, as barbearias mantêm seu público assíduo e usuários sempre satisfeitos. A barbearia “Tal Pai, Tal Filho”, tem decoração vintage, mas se mantendo bem tradicional.
Geovane da Silva, proprietário da barbearia, conta que assim como o seu estabelecimento, o público que o procura gosta do seu estilo tradicional. Segundo o barbeiro, manter este perfil tradicional atrai um público que também mantém esse estilo.
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“Na barbearia, 70% a 80% dos clientes preferem o tradicional, mas muitos vêm se desenvolvendo e mudando de estilos”, diz Geovane
Geovane, que herdou o ofício do pai, conta que está na 4° geração de barbeiros da família e sua história se mistura com a do bairro.
“A história da “Tal Pai, Tal Filho” começou com meu pai. Ele pensou num ambiente onde familiares poderiam frequentar e, em 2003, veio para o Buritis. Eu vim em 2012 e trouxe esse estilo mais vintage”, contou o barbeiro
Para aqueles que procuram não só cortar o seu cabelo ou barba, mas ter uma experiência diferente, franquia de Barbearias Torres é um ambiente que lhe trará isso. Desde a porta, até o corte do cabelo, o cliente tem vários serviços à sua disposição.
Com um ambiente temático, a barbearia tem recepcionistas, cafeteria e bar, além de 12 barbeiros com a proposta de realizar um grande trabalho.
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“Para Renan Peixoto, gerente administrativo da unidade Buritis, “a experiência desde a entrada até a saída do cliente é muito diferente do que era oferecido antes. Antigamente, você ia ao salão, retirava a barba por completo e o barbeiro enchia a mão de antisséptico, passava no seu rosto e aquilo ardia, mas no final você ficava satisfeito porque era aquilo que você queria. Hoje você vem, tem um ambiente legal, um lugar em que pode tomar café, cerveja e tem pessoas para te receber. Até cadeira de massagem. Por isso, não é só cortar o cabelo, mas ter experiências da porta para dentro e da porta para fora”.
Mas, como na pesquisa do Eurominitor, Renan também aponta o mesmo período como tempos de mudança, confirmando o aumento da procura dos homens à esses novos serviços e experiências proporcionados pelas novas barbearias.
“O homem, de uns tempos para cá, tem ficado mais vaidoso, mas a mulher ainda gasta mais. O homem, agora, tem a preocupação de se sentir bem e anda mais antenado em se cuidar”, contou Renan
A história das barbearias no Brasil começou em 1549, quando barbeiros e cabeleireiros foram introduzidos nas classificações de artes e ofícios. Curiosamente, desde este tempo as profissões já eram tratadas de maneiras distintas, o que se mantém até hoje.
Os historiadores apontam que o ofício de barbeiro foi trazido ao Brasil pelos Jesuítas, e ensinado aos nativos daqui. A partir do século XVII, até fins do século XIX, a profissão foi relegada aos escravos, que se destacavam como barbeiros ambulantes.
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Ótima reportagem.
A matéria ficou bacana. Mas pessoalmente ainda sou mais o estilo do barbeiro de antigamente - chegou, cortou o cabelo, fez a barba, com navalha, e tchau e benção! Tudo isso por um preço módico.
Não vejo justificativa para gastar num barbeiro, tal qual uma mulher gasta num salão. Apesar de entender a vaidade de alguns homens, acho desnecessário.
Muita frescura, barbearia boa era aquelas de antigamente, onde tinha um rádio AM ligado o dia todo, os barbeiros falando da vida alheia e tinha os engraxates.
Matéria muito bacana!!!! Parabéns
Ótima idéia! Matéria boa para quem gosta de empreender.
Vida longa a barbearia