Por Alexandre Santos e Thayane Domingos
A existência de alimentos orgânicos não é novidade. Todavia, esse tipo de comida ainda não está presente na mesa de muitos brasileiros, seja por falta de conhecimento ou pelo custo que esse tipo de alimento acarreta ao consumidor. Os alimentos orgânicos são aqueles produzidos em solos equilibrados química, biológica e fisicamente, sem a adição de agrotóxicos transgênicos, sintéticos ou fertilizantes químicos. “O processo de produção dessa técnica respeita o meio ambiente, garante a conservação do solo devido à ausência do uso de agrotóxicos e promove, assim, a biodiversidade, sobretudo ao diminuir a possibilidade de danos à saúde”, explica a nutricionista Michelle Baroni.
Nos últimos anos, a procura dos brasileiros por uma dieta saudável e equilibrada tem crescido. O último relatório de Pesquisa do Consumidor Orgânico, lançado em 2019, revela que, dos 1.027 entrevistados, 69% têm ciência da existência do selo Produto Orgânico Brasil. Outros 19% afirmaram consumir produtos orgânicos – tal crescimento deve-se a uma série de motivos, em especial o bem-estar. A pesquisa ainda revela que 60% das pessoas passaram a se preocupar com a alimentação durante o período pandêmico – e entre os principais motivos da inquietação está a preocupação com a saúde. Além disso, a pesquisa também aponta que o Brasil tem crescido na produção e exportação de alimentos orgânicos e a venda desse tipo de suprimento cresceu em mais de 50%. Michelle esclarece que esse tipo de alimentação reúne uma série de benefícios e promove a saúde do organismo. A nutricionista destaca que a ausência de agrotóxicos colabora na prevenção de possíveis doenças. “Além disso, possuem o selo federal do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg), que assegura a qualidade do produto”, afirma.
No que se refere aos alimentos transgênicos, Michelle Baroni explica que tais produtos passaram por algum tipo de mutação genética a fim de melhorar a qualidade e resistência às pragas. As plantas submetidas à essa mutação passam a produzir toxinas contra as pragas. “Os alimentos que apresentam qualquer tipo de composto químico que foi adicionado no processo do seu cultivo e/ou desenvolvimento
podem apresentar diferenças de cor, textura, sabor e tamanho. Não são considerados saudáveis pois tiveram suas características naturais alteradas”, salienta.
DE OLHO NOS RÓTULOS
O consumidor, ao fazer as compras dos produtos, pode verificar se a procedência do alimento é orgânico ou transgênico, consultando as informações que constam na embalagem do produto. “É possível saber se estamos ingerindo um produto que contém algum composto transgênico olhando no rótulo: se houver um “T” preto sobre um triângulo amarelo significa que o produto possui mais de 1% de matéria- prima transgênica”, Michelle explica. Apesar dos alimentos orgânicos serem naturais, ao fazer a compra deste produto o consumidor deve observar a qualidade, como explica a nutricionista Michelle Baroni. “Os cuidados no consumo dos alimentos orgânicos seriam a verificação do selo federal do SisOrg, que garante a autenticidade do produto. Também é necessário observar as condições físicas do alimento, que não deve apresentar sinais de deterioração ou qualquer outra característica que não seja comum do tipo de alimento”, alerta a nutricionista. A moradora do bairro Buritis, na Região Oeste de Belo Horizonte, Sara Meyer, consome alimentos orgânicos há um ano, motivada a ingerir comidas puras e livres de venenos. “Acredito ser mais saudável, não somente por ser livre de venenos, mas por valorizar a agricultura familiar, os pequenos produtores e fazer a economia girar de forma mais democrática e menos monopolizada, além de respeitar mais todo o processo desde a plantação, a colheita e a distribuição”, argumenta Sara.
A estudante de biologia, Paloma Abreu, tem sua própria horta de comida orgânica em casa, no Buritis, onde produz pimentão. Paloma, que tem planos de ampliar sua plantação, conta que consome alimentos orgânicos pela ausência de toxinas em sua produção. “Eu sei de onde eles vêm, que são saudáveis mesmo. Eu tenho planos de ter mais plantação”.
BENEFÍCIOS DA ALIMENTAÇÃO ORGÂNICA
Nos últimos anos, tem-se discutido, cada vez mais, as alternativas sustentáveis que agridam menos o meio ambiente. A produção de comida orgânica, além de ser uma opção para o cultivo de alimento sem que o solo seja contaminado, é também uma boa escolha para quem deseja manter uma alimentação saudável e livre de toxinas. O solo, quando não é contaminado pelas toxinas usadas na agricultura tradicional, e é alimentado por adubo natural, tende a produzir alimentos mais ricos em nutrientes, o que é favorável à saúde de quem o consome, além de evitar a ingestão de substâncias químicas tóxicas, como agrotóxicos, fertilizantes, antibióticos e hormônios que podem causar desde reações alérgicas e respiratórias até doenças mais sérias.
Os produtos orgânicos são fiscalizados, desde a produção até a comercialização e, por fim, certificados. Ou seja, no ato da compra, o consumidor pode se certificar que o alimento possui um selo de orgânico. Dentre os benefícios que o consumo de alimentação orgânica oferece, podemos listar a proteção dos mananciais, uma vez que as toxinas da agricultura tradicional atingem os lençóis subterrâneos de água, e a economia de energia. O alimento cultivado também possui mais aroma e sabor.
VAREJO DE COMIDA ORGÂNICA NO BURITIS
No bairro Buritis, é possível encontrar várias lojas e restaurantes que fazem venda de alimentos orgânicos. Veja a seguir:
– Mundo verde Buritis – Avenida Professor Mário Werneck, 1225, Estoril
– Empório Verde – Rua Eli Seabra, 510, Buritis
– Fit Buritis – Avenida Professor Mário Werneck, 1480, loja 220, Buritis
– IGREEN – Avenida Professor Mário Werneck, 883, Buritis
– Divino Grão – Avenida Professor Mário Werneck, 1481, Buritis
JORNAL IMPRESSÃO
Esta matéria, está disponível na edição 215 “Consumo, logo existo!”, de dezembro de 2020, do Jornal Impressão. O Impressão, produzido pela CACAU – Comunidade de Aprendizagem em Comunicação e Audiovisual, é o jornal laboratório do curso de Jornalismo do Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH. Confira a edição na íntegra, clicando aqui.
fico feliz com uma notícias dessas! acho que as pessoas se descuidam muito e uma boa alimentação é essencial.
abraços
Mulher Conectada