No dia 18 fevereiro, a Associação do Bairro Buritis recebeu familiares de vítimas com suspeitas de intoxicação por dietilenoglicol. Uma das testemunhas ouvidas foi Flávia Scheyr, esposa de Cristiano Mauro Assis Gomes, de 47 anos, que está internado. Ela foi uma das primeiras a suspeitar que o problema estava na cerveja da Backer, após conversar com outros familiares de vítimas que apresentavam o mesmo quadro médico.
Cristiane Assis, filha de Maria Augusta, de 60 anos, que veio ao óbito, também contou à associação que sua mãe consumiu a Belorizontina. No dia 20 de dezembro de 2019, ela foi internada já com falência múltipla dos órgãos. No dia 28 de dezembro, Maria Augusta teve duas paradas cardíacas e faleceu. Cristiane conta que todo o atendimento foi realizado pelo SUS – Sistema Único de Saúde, e que, infelizmente, não conseguiu transferência a tempo para sua mãe, para o Hospital Risoleta Tolentino Neves no bairro Juliana, região Norte de Belo Horizonte, onde o tratamento para Hemodiálise seria melhor ofertado. Apesar disso, ela elogia o atendimento que recebeu no Pronto Atendimento de Pompéu.
Outro fator que preocupa os familiares das vítimas, é a falta de diálogo com a cervejaria Backer. Muitos deles já estão passando por necessidades financeiras por conta dos gastos com medicamentos, hospitais, entre outros serviços. Flávia disse que
“O plano de saúde ainda está cumprindo as despesas, mas que infelizmente alguns gastos particulares foram cortados, como o quadro de sintomas é novo, não há um tratamento específico para esse caso”.
Eles esclarecem que não estão culpando a Backer, mas esperam que a cervejaria se responsabilize pelo que está acontecendo e ofereça um tratamento básico para todos.
Todos os familiares e moradores do bairro Buritis estão trabalhando em conjunto com a Polícia Civil. Uma das medidas adotadas foi a criação de um grupo com o nome “Vítimas Backer” nas redes sociais. O grupo foi criado para conectar outras pessoas que também foram lesadas pela cervejaria.
Como resposta, no dia 12 de fevereiro, o Ministério Público de Minas Gerais declarou o bloqueio de bens da Backer, como reparação à assistência que não tem sido feita por parte da empresa. No dia 19, o Tribunal de Justiça estendeu o bloqueio para o grupo Empreendimentos Khalil LTDA, ao qual pertence a cervejaria. A decisão foi tomada pela 23º Vara Cível de Belo Horizonte. Ao todo, o bloqueio pode chegar em até R$ 100 milhões, divididos entre valores, veículos e imóveis.
Além disso, o juiz Sérgio Henrique Cordeiro estipulou o prazo de 30 dias para que todo o faturamento da empresa nos últimos dois anos fosse divulgado, sob multa diária de R$ 1 mil após esse tempo estipulado. A cervejaria disse que, diferentemente do alegado pelos órgãos citados e pelas vítimas, a assistência tem sido prestada. Ainda informa que tem tomado as medidas cabíveis para que a verdade dos fatos prevaleça.
Pressionados em relação à velocidade das investigações e resultados de perícias, a Polícia Civil se pronunciou em coletiva no dia 14 de fevereiro. O delegado responsável pelo caso, Flávio Grossi, da 4º Delegacia de Polícia Civil, no bairro Estoril, explicou que os reagentes usados para o exame que aponta a presença de monoetilenoglicol e dietilenoglicol são importados e não são estocados, por se tratar de uma contaminação rara.
Por isso, Thalles Bittencourt, superintendente de perícia, esclareceu que a compra do reagente é feita de acordo com a realidade do momento, e que a importação demanda tempo, o que justifica a demora na divulgação dos exames. Diante da gravidade do caso Backer, eles esclareceram que já chegaram mais reagentes, possibilitando a retomada à dosagem das substâncias tóxicas.
A Polícia Civil começou, nesta quinta-feira (27), uma nova etapa na investigação. Trata-se do esvaziamento de um dos tanques que estão contaminados. Após esvaziarem o tanque 10, será simulado o processo de fabricação da cerveja para verificar se existe algum vazamento causado por rachaduras, furo, trinca ou porosidade na superfície. A Backer conta com 70 tanques mas, inicialmente, apenas um será esvaziado. O processo de simulação deve durar até sábado (29).
Cristiane Assis, filha de Maria Augusta, uma das vítimas que vieram a óbito, também manifestou sua indignação para com um vídeo divulgado nas redes sociais, em que pessoas fazem brincadeiras com o caso. No vídeo, três homens brincam de roleta-russa (uma espécie de jogo de azar, geralmente jogado com arma de fogo, em que uma pessoa do grupo é “sorteada” para receber a punição) sorteando entre eles, quem beberia a cerveja Belorizontina, mostrando indiferença e insensibilidade à gravidade do ocorrido e à situação das vítimas.
O Jornal Daqui BH expressa sua solidariedade às vítimas e familiares e desaprova qualquer tipo de brincadeira sobre o caso.
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