Por William Araújo
Em dezembro de 2016, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), em parceria com o Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (CRISP/UFMG), publicou um estudo sobre a exclusão social e situação de risco juvenil intitulado “Índice de Vulnerabilidade Juvenil de Belo Horizonte” (IVJ-BH). O trabalho faz a análise de sete indicadores para delinear, na cidade, as áreas de maior risco ao público jovem.
De acordo com os técnicos envolvidos, a análise foi construída para nortear as ações da PBH com finalidade de uma aplicação mais efetiva dos recursos no combate à criminalidade e outros fatores que afetam a juventude de Belo Horizonte. Por juventude, entende-se a demarcação etária de transição para a vida adulta, segundo conceituação feita pelo relatório.
O projeto foi criado pelo decreto 16.404/2016 e usado para atender o planejamento do governo de BH entre os anos de 2009 e 2016, na área de resultados “Cidade de Todos”. Além de criar o projeto de pesquisa, a lei instituiu um Grupo de Trabalho para Desenvolvimento do Índice de Vulnerabilidade Juvenil (GTIVJ), composto pela Secretaria Adjunta de Planejamento e Gestão (SMAPL), Secretaria Adjunta de Assistência Social (SMAAS), Secretaria Municipal de Governo (SMGO), Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) e Secretaria Municipal de Educação (SMED).
Este grupo teve o dever de coordenar a pesquisa, colher dados (dentro do âmbito de cada Secretaria), divulgar as informações, desenvolver e aplicar o Plano de Trabalho com a finalidade de obter os resultados pretendidos. Os parâmetros usados pelo Grupo para concluir a análise foram disponibilizados pelo CRISP/UFMG.
A cidade de Belo Horizonte possui 40 Territórios de Gestão Compartilhada (TGCs), divididos pelas semelhanças entre eles. Estes TGCs, já utilizados para organizar o Planejamento Participativo Regionalizado (PPR), também foram usados para aplicar os sete indicadores de vulnerabilidade e descobrir o índice de cada local. Veja abaixo o mapa dos TGCs.
Dentre os Territórios da regional Oeste, o bairro Buritis faz parte do TGC Oeste 5 (O5), como podemos ver no mapa abaixo:
Os sete indicadores escolhidos para facilitar o cálculo do Índice de Vulnerabilidade Social Juvenil de Belo Horizonte são provenientes da metodologia do CRISP/UFMG.
De acordo com a análise, alguns ajustes precisaram ser feitos para que os dados fossem reais em proporções menores, de municípios para bairros, mas foram efetivos. Veja abaixo a tabela dos sete indicadores de risco a jovens.
É comum ver estes jovens em situação de risco social nos semáforos que interseccionam o trânsito entre as avenidas Professor Mário Werneck e Engenheiro Carlos Goulart e rua Paulo Piedade Campos, na esquina da lanchonete McDonalds. A busca por recursos financeiros para manterem a família ou até para suprir necessidades básicas de vida não estão isolados como a causa deste cenário.
Por mais simples que o motivo pareça, as circunstâncias que levam estes jovens ao bairro são mais complexas. Para entender uma parcela desta causa, basta unir os seguintes fatores:
Abaixo, os mapas com resultado para outros indicadores de vulnerabilidade, tais como:
– Distorção Idade-Série no Ensino Médio por Território de Gestão Compartilhada
– Taxa de homicídio da população masculina entre 15 e 29 anos de idade por Território de Gestão Compartilhada
Com base em todos esses indicadores, o Índice de Vulnerabilidade Social Juvenil de Belo Horizonte foi criado e apresentou o seguinte resultado por Territórios de Gestão Compartilhada. Quanto mais os valores se aproximam de 100, maiores são as chances dos jovens residentes dos TGCs se encontrarem em situação de exclusão social, risco e incapacidade de enfrentamento a esses males em algum momento da própria vida.
De acordo com o Índice, os bairros Buritis e Estoril (TGC O5) apresentaram um dos menores valores de vulnerabilidade social juvenil (8,9), contudo, fazem limite com o segundo maior número da análise (TGC O3, de índice 60,2). Veja no gráfico abaixo os valores do Índice de Vulnerabilidade Social Juvenil por Território de Gestão Compartilhada.
Quando expandimos o índice para as macrorregiões administrativas de Belo Horizonte (Oeste, Pampulha, Venda Nova, Norte, Nordeste, Leste, Centro-Sul, Noroeste e Barreiro), percebemos que o índice médio da cidade é 41,1 e apenas a regional Centro-Sul apresenta número significativamente abaixo (24,3). Algumas das regiões ultrapassam o valor, enquanto outras beiram a linha de vulnerabilidade social juvenil do município.
A regional Oeste, da qual o bairro Buritis está integrado, chegou à média de 36,6 – o que indica que a região não possui muitas áreas com alta vulnerabilidade, apesar de ter o segundo Território de Gestão Compartilhada com maior índice entre os 40 estudados e presentes na cidade de Belo Horizonte. Veja todas as médias das macrorregiões abaixo.
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