Por Fernanda Freitas
Na quinta-feira, dia 14, a Prefeitura de Belo Horizonte publicou o primeiro Boletim Epidemiológico do Covid-19 com números de casos por bairro desde o início da pandemia de Covid-19. Na segunda, dia 11/05, a PBH já havia publicado um boletim com número de casos por região. Os dados mostram o Buritis entre os bairros mais afetados, sendo o local com maior número de infectados na região Oeste.
Bairros com mais casos de coronavírus:
- Lourdes – 37 casos
- Belvedere – 26 casos
- Buritis – 26 casos
- Funcionários – 22 casos
- Sion – 20 casos
Os dados são os mais recentes no momento, e trazem o panorama da capital no dia 03 de maio. Em Belo Horizonte, são 1129 casos confirmados de coronavírus, e 31 óbitos (dados de 18/05).sendo uma das capitais com menos casos do novo coronavírus.
Em âmbito estadual, o quadro se mostra similar. Minas Gerais é o Estado com a menor taxa de letalidade da doença no país, com 3,4% de óbitos. Mas, os números oficiais do Estado escondem uma grande subnotificação de casos. Estudo coordenado pelos professores Leonardo Costa Ribeiro, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Américo Tristão Bernardes, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), projetou que os números de infectados podem ser 16 vezes maiores que os dados oficiais.
Em Minas, são oficialmente 4611 casos da doença e 156 óbitos (dados de 18/05). Você pode acompanhar os dados da doença em tempo real através do mapa interativo, desenvolvido pela startup paraense SIGA Geomarketing. Os dados são do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais de saúde, e podem ser conferidos aqui.
Cuidado com o próximo
A administradora Cláudia Bartolomeu é um dos 26 casos registrados no Buritis. Ela, que trabalha com transfer de passageiros para Confins, foi infectada durante o trabalho. “Um cliente meu veio de São Paulo, e eu o ajudei a colocar a mala. Imagino que nesse momento, em que eu peguei a mala dele, eu peguei o vírus. Porque quando eu fui comunicar para ele que estava com suspeita, ele me disse que já tinha confirmado.” Apenas dois dias depois desse contato, Cláudia apresentou os primeiros sintomas.
Mas, para conseguir o diagnóstico, ela precisou pagar pelo exame, mesmo tendo convênio médico. Com o positivo na mão, ela teve que ficar 15 dias sem sair da suíte de seu apartamento, longe do marido e do filho. Foi preciso montar uma estratégia de limpeza para que eles não fossem infectados também, colocando os utensílios com os quais ela tinha contato em uma solução com água sanitária. “Esse isolamento foi muito bem feito, tanto que nem meu marido nem meu filho pegaram. Só ficou eu mesma isolada em casa, depois de 15 dias, meu médico me permitiu sair do quarto”, pontua.
No início da pandemia, ela tinha suas dúvidas, confessa. Para Cláudia, não era nada demais e passaria rápido. Mas, depois que sentiu na pele os efeitos do novo coronavírus, mudou a percepção e ressalta a importância da empatia nesse momento. “Tem que tomar muito cuidado, você tem que ter muito amor pelo próximo, além de ter por você, você tem que ter muito cuidado pelo próximo”, finaliza.
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