Funcionários da BHtrans fizeram manifesto na Av. Professor Mário Werneck

Após dois anos sem recomposição salarial, os funcionários da BHtrans, capitaneados pelo Sintappi-MG, promoveram hoje protestos no bairro Buritis

Por Lilia Santos e William Araújo

Após anunciar greve por tempo indeterminado com início na sexta-feira (20), funcionários da BHtrans fazem manifesto com passeata e carro de som na avenida Professor Mário Werneck, altura do número 1685, em frente ao UniBH. O intuito da passeata é reivindicar melhores condições trabalhistas, diminuir a precarização acerca dos concursos para fiscais e pedir o reajuste salarial, que não ocorre há dois anos.

No dia dez de maio, houve reunião entre o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento, Pesquisas, Perícias, Informações e Congêneres de Minas Gerais (Sintappi-MG) e o Ministério Público do Trabalho, contudo o setor administrativo da BHtrans não propôs soluções às queixas dos trabalhadores.

A passeata saiu do Centro de Operação da Prefeitura, seguiu até a Av. Prof. Mário Werneck e seguiu o caminho de volta – interrompendo o fluxo de veículos. Emanuel Bonfante Demaria Junior, Fiscal de Transporte de Trânsito e Diretor de Imprensa e Divulgação do Sintappi-MG, esteve na manifestação e disse que a partir de hoje, 90% do efetivo da BHtrans ficará parado.

Além disso, Gilberto Márcio Pires, Diretor Administrativo do Sintappi-MG, informou que a recomposição salarial está 20% defasada em relação à inflação, no mesmo período. Abaixo, depoimento de Gilberto.

A tenente Lívya Possato, da 126ª Cia, responsável pelo bairro Buritis, disse que a polícia não foi informada sobre o protesto, mas logo convocou aparato para proteger os transeuntes e funcionários da BHtrans.

Emanuel também alegou ter sido impedido pela polícia de participar da passeata. A tenente, responsável pela abordagem, explica em nota o que ocorreu.

Hoje, por volta de 10h30, no Bairro Buritis, um dos nossos militares percebeu uma grande aglomeração de pessoas que estavam interditando o trânsito nas ruas e que possivelmente se tratava de uma manifestação. De imediato, esta Oficial se deslocou para o local, onde verificou que várias pessoas ocupavam a rua Engenheiro Carlos Goulart.

No intuito de saber do que se tratava a manifestação, perguntei às pessoas ali presentes quem seria o responsável, sendo apontada uma determinada pessoa, a qual inclusive estava ao microfone naquele momento.

Sendo assim, aproximei-me do suposto responsável e pedi para que ele pudesse conversar comigo e repassar as informações do que se tratava tal ato popular. Foi perguntado àquele senhor quem eles representavam, o que eles reivindicavam e se haviam comunicado aquela manifestação à Polícia Militar. Durante a conversa, de forma muito intolerante, tal cidadão respondeu que se tratava de funcionários da BHTrans, os quais estavam reivindicando melhorias salariais. Alegou também que não era responsabilidade dele avisar nenhum tipo de órgão.

Durante estes questionamentos, foi solicitado a ele que nos fornecesse um documento para comprovação de sua identidade, situação esta, padrão em todas as abordagens policiais para conferência em nossos sistemas.

Ressaltamos que, em nenhum momento, tal manifestante foi constrangido, e os policiais, ali presentes, tiveram conduta incompatível com a situação. Simplesmente, foram adotados todos os procedimentos padrões exigidos quando ocorrem manifestações.

Nesse sentido, apesar da manifestação não ter sido comunicada antecipadamente aos órgãos públicos, conforme prevê a Constituição Federal, a Polícia Militar, representada por mim, naquela situação, asseguramos que a segurança dos manifestantes fosse garantida, como também o direito de ir e vir da comunidade local.

Destacamos que os militares da 126ª Cia PM estão, diariamente, buscando a melhoria na prestação de serviços à comunidade e que pautamos todas as nossas ações na legalidade e moralidade, baseados nos direitos humanos e garantias constitucionais dos cidadãos brasileiros.

Atenciosamente,

Ten Lívia
Comandante da 126ª Cia do Bairro Buritis/Estoril

Sobre a manifestação, Afonso Melo, assessor de imprensa da BHtrans, em nota diz:

A BHTRANS informa que foi notificada oficialmente pelo Sintappi da greve programada dos empregados representados por esse sindicato, a partir de amanhã, dia 20 de maio.

O Sintappi é um dos seis sindicatos com representatividade na BHTRANS e reúne, predominantemente, as categorias de técnicos e fiscais de transporte e trânsito.

Com a paralisação dessas categorias, algumas atividades poderão ficar comprometidas como o atendimento no BH Resolve, a vistoria de ônibus e táxis, o atendimento aos usuários na sede da empresa. A BHTRANS informa que essas atividades poderão ser reprogramadas posteriormente.

As operações de trânsito contarão com o reforço da Guarda Municipal e do Batalhão de Trânsito.

A BHTRANS está em negociação com o Sintappi visando ao retorno imediato das atividades plenas da empresa, sem prejuízos para a comunidade.

A passeata se estenderá até 15h, entre rojões, discursos e gritos de ordem. Não há feridos, até então, e o trânsito foi retomado. Segundo manifestantes, hoje será decidido o rumo da campanha, após a assembléia geral. Se não conseguirem evolução na solução das queixas, farão nova manifestação em frente ao BH RESOLVE da rua Caetés, na segunda-feira (23).