Por Giullia Gurgel
Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), os casos de Varíola dos Macacos seguem subindo em Belo Horizonte. 27 casos foram confirmados na capital. No estado, totalizam 32 diagnósticos da doença.
Até o momento, todos os diagnosticados com a doença em Minas Gerais, de acordo com exames laboratoriais realizados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), são homens, com idade entre 22 e 46 anos, sendo que, segundo indícios, a maioria contraiu em viagens ao exterior.
A varíola dos macacos, transmitida pelo vírus monkeypox, é considerada uma zoonose viral (o vírus é transmitido aos seres humanos a partir de animais) com sintomas muito semelhantes aos observados em pacientes com varíola, embora seja clinicamente menos grave. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O nome monkeypox se origina da descoberta inicial do vírus em macacos em um laboratório dinamarquês em 1958. O primeiro caso humano foi identificado em uma criança na República Democrática do Congo, em 1970. Atualmente, a OMS esclareceu que a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são roedores.
Entretanto, BH registrou transmissão comunitária. Três pacientes que não saíram da cidade nos últimos dias foram diagnosticados com a varíola dos macacos, o que configura transmissão do vírus entre a população.
Para o infectologista do Hospital Eduardo de Menezes, João Gentilini, é fundamental que a divulgação dos sintomas seja apresentada para a rede assistencial, a fim de um pronto reconhecimento dos casos e procedência ao isolamento e/ou internação. Ele também afirma que é necessário o acesso a uma rede laboratorial apta para a realização do diagnóstico, avaliação dos contatos do caso suspeito e monitoramento dos doentes.
Principais sintomas e transmissão
Semelhante à varíola humana, a enfermidade causa sintomas como febre, dor de cabeça, dor no corpo, fadiga, lesões na pele e inflamação de linfonodos.
A transmissão ocorre por meio de gotículas expelidas por alguém infectado (humano ou animal) e contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis.
Segundo a OMS, o surto ainda por ser controlado e o risco de transmissão é baixo, comparado a outras doenças virais.
“O vírus Monkeypox tem uma capacidade de transmissão bem inferior ao da Covid, necessitando normalmente de um contato mais prolongado. Os casos são bem mais brandos e a capacidade de desenvolver mutações é bem menor. Isso torna pouco provável que este surto se transforme em uma pandemia”, tranquiliza o especialista João Gentilini.
Mesmo com o baixo risco de tornar-se uma pandemia, é necessário a conscientização para tomar medidas a fim de evitar a propagação.
“Para se evitar a propagação do vírus é fundamental a divulgação de informações sobre a doença para a população e para os profissionais da saúde. Reconhecer precocemente os casos, isolá-los e rastrear seus contatos”, ressalta o Dr. João Gentilini.
O Jornal Daqui BH entrou em contato com os órgãos de saúde para verificar se há casos da doença na região oeste, mas tais informações ainda não estão sendo divulgadas com especificidade regional.
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