Por Alexandre Santos
O tempo quente, e cada vez mais seco, tem contribuído para um aumento exponencial das queimadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, houve um aumento de 75% de incêndios na cidade em comparação ao ano anterior. Segundo a instituição, foram registrados 1.805 casos em 2020 na Grande BH, em 2020. Já neste ano, foram realizadas 1.353 ocorrências a mais. No estado foram registrados 17.631 incêndios florestais, indicando um aumento de 35% , com 13.093 casos.
Há pouco mais de um mês, foi possível perceber, no amanhecer da capital mineira, uma névoa seca. O acúmulo de gases na atmosfera da cidade se deve a série de incêndios registrados na Região Metropolitana. Segundo o Portal G1, apenas no Parque das Mangabeiras, localizado na Região Centro-Sul de BH, foram 23 hectares de área queimada. Já no Parque Nacional da Serra do Gandarela, foram 235 hectares atingidos pelo fogo.
O tempo seco e as fortes queimadas são extremamente prejudiciais, não só para fauna e flora que são devoradas pelas chamas, como também para a saúde da população que vive no entorno das áreas atingidas pelo fogo. A moradora no bairro Jardim América, localizado na Região Oeste de Belo Horizonte, Kamila Goulart (23), acredita que, principalmente nessa época do ano, as queimadas deixam o tempo mais seco.
A jovem, diagnosticada com Rinite, relata que, em decorrência do ar poluído, vem sofrendo com crises respiratórias. “Acabei tendo várias crises de rinite e precisei procurar ajuda médica, por causa da sinusite. Também tive muito sangramento nasal e dores de cabeça”, compartilha. Para amenizar os efeitos do clima em sua saúde, Goulart tem buscado por alternativas, como o uso de umidificador no quarto, além da constante limpeza nas vias nasais.
Sobre isso, a médica pneumologista, Clarissa Silveira, explica que a baixa qualidade do ar, agravado pelas queimadas, e em decorrência do tempo seco, podem gerar graves consequências para nossa respiração. Ela argumenta que as queimadas geram poluentes que são levados a longas distâncias, comprometendo a qualidade do ar que respiramos. Diante desse cenário, é comum que a população exposta a esse ar de baixa qualidade desenvolva sintomas de asma, rinite alérgica, sinusite aguda, correndo o risco de desenvolver pneumonia.
“Várias substâncias tóxicas são produzidas pela queima de biomassa, sendo as principais: material particulado (substâncias de pequena dimensão, menores que um micras), CO (monóxido de carbono), NO2, SO2 , radicais livres, entre outros. A baixa qualidade do ar afeta principalmente a população que já apresenta doenças crônicas, como crianças, idosos e gestantes. A exposição à poluição ambiental leva a maior incidência de doenças respiratórias e cardiovasculares, entre elas: asma , DPOC, cânceres, principalmente o de pulmão”, pondera.
Questionada sobre quais sintomas alertam que é o momento de procurar ajuda médica, Clarissa destaca sintomas como: dispnéia, que é a dificuldade para respirar, tosse, febre, dor precordial, ou seja, na região do peito, ou taquicardia.
Ao passo que o ano se aproxima do fim, as altas temperaturas passam a se tornar, cada vez mais, uma realidade no cotidiano do brasileiro. Isso porque as últimas estações do ano, primavera e verão, se caracterizam pela forte incidência do sol nas regiões próximas à linha do Equador. O verão é a estação mais quente do ano.
De acordo com notícia publicada pelo jornal Estado de Minas, o princípio de outubro foi marcado por altas temperaturas, que devem permanecer por todo o mês no estado. Durante os períodos de ano em que a incidência do sol é maior, e baixa umidade no ar, os casos de queimadas e incêndios em matas crescem consideravelmente.
Por essa razão, tomar medidas para evitar os focos de queimadas é essencial, não só no que se refere à preservação da fauna e flora, mas também para evitar a contaminação da qualidade do ar que respiramos. Pensando nisso, elencamos algumas medidas que ajudam a evitar queimadas. Veja a seguir:
Visando abordar as consequências das queimadas para a fauna e flora, bem como da saúde humana, o CACAU Explica, um podcast criado pela Comunidade de Aprendizagem em Comunicação e Audiovisual do UniBH, produziu a temporada BRASIL EM CHAMAS.
Com o intuito de promover um alerta e uma reflexão sobre queimadas, a jornalista Letícia Sudan, em 2020, conversou com diversos profissionais sobre os incêndios florestais em nosso país, que bateram recorde em 2020, chegando ao maior registro desde o início da série histórica, em 1998. Ouça e compartilhe:
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tava péssimo mesmo, agr com as chuvas deu uma melhorada boa! antes meu nariz tava super seco