Por Victória Farias e William Araújo
Na tarde desta quinta-feira (16), na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), moradores do bairro Buritis se reuniram para discutir sobre o recapeamento da avenida Professor Mário Werneck. A conversa, que durou em torno de 2h, detalhou para os presentes os diferentes problemas existentes na via, como serão solucionados e de quem é a responsabilidade de execução destas obras.
Participaram da mesa de reunião ordinária solicitada pelo vereador Elvis Côrtes:
Cerca de 33 pessoas, moradores do bairro e profissionais da imprensa, ocuparam as cadeiras do Plenário Helvécio Pontes para acompanhar a sessão.
Antes de discutir sobre a Mário Werneck, os vereadores aprovaram os requerimentos de audiências sobre o atraso da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) na entrega da Upa Noroeste – obra do Orçamento Participativo -, e sobre o pedido de medidas da BHTrans para resolver o trânsito caótico da cidade em tempos de chuva. Ambos pedidos foram autorizados.
Já outro requerimento para visita técnica no bairro Independência, com fins de avaliação das linhas férreas, foi recusado pela comissão.
Vários requerimentos de audiência se seguiram e a pauta sobre o recapeamento da avenida Professor Mário Werneck, protocolada pelo vereador Elvis Côrtes sob o requerimento 131/2017, só começou a ser discutida 25 minutos após o início da sessão.
Abrindo a análise para execução de parte do recapeamento asfáltico da avenida, o vereador Elvis Côrtes, a partir daquele momento, presidente da sessão, se apresentou e fez questão de deixar claro que era um político da cidade de Belo Horizonte e não apenas do bairro Buritis. Também frisou que não está ligado de nenhuma forma a associações de bairro.
Em seguida, Elvis mostrou fotografias dos buracos da via em questão. Comentou sobre a obstrução da rua Pedro Laborne, a qual durava mais de 12 anos, mas, agora, por meio de solicitações do seu gabinete, foi liberada.
De acordo com o vereador, foram feitas visitas a Regional Oeste e ao Secretário de Obras Josué Valadão. A Gasmig, porém, foi o único lugar não visitado para tratar sobre o recapeamento da Mário Werneck.
“É um empurra-empurra danado da Companhia para a Prefeitura de Belo Horizonte. ‘Vai na Gasmig, ela diz que a culpa é da PBH; vai na PBH, ela diz que a culpa é da Gasmig’. Por isso, eu cansei”, relata Elvis.
O político chamou os responsáveis e ‘competentes’ para a audiência a fim de esclarecer o porquê de somente aquele pedaço (av. Professor Mário Werneck em frente ao parque Aggeo Pio Sobrinho) não ser recapeado. Também demonstrou surpresa quando, a partir de informações apuradas pelo Jornal Daqui BH sobre o valor da obra, viu que o orçamento para resolução do problema variava de R$700 mil a um milhão de reais.
Um dos representantes da ABB, Rômulo Belfort, completou a avaliação dizendo que o primeiro orçamento repassado pela Sudecap girava em torno de R$1,2 milhão.
O representante da Regional Oeste, Gelson Leite, empossado a quase quatro semanas, disse que em relação ao bairro Buritis existe uma questão inerente ao trecho citado, o qual é de responsabilidade da Sudecap. Concordou que a situação carecia de uma obra mais complexa e pediu que o representante da Superintendência explicasse o que deveria ser feito.
Maurício, o técnico enviado pela Sudecap, relatou que o trecho entre as ruas Alessandra Salum Cadar e Maria Heilbuth Surette se trata de um “fundo de talvegue” (local de maior profundidade no leito de um rio), onde as águas das bacias de contribuição caem.
“Aquele é um trecho que tem um problema sério de elevação do lençol freático. Essa elevação contamina as camadas do pavimento. Por isso, ali, a vida útil do asfalto está encerrada. Nós, agora, temos que reconstruí-lo e reforçá-lo com um colchão drenante que vai evitar essa percolação ascendente de água pluvial e subterrânea e proceder com a execução das camadas estruturantes do pavimento (base, sub-base e revestimento asfáltico). Então, o serviço lá não é puramente aplicação de uma camada asfáltica. Aliado a isso, nós iremos fazer a sinalização horizontal e melhoramento da drenagem superficial da via (bocas de lobo e sarjetas)”, descreveu Maurício.
Ainda, de acordo com o técnico, em frente ao UniBH será feito o serviço de fresagem, em que acontece o desbastamento de uma camada de revestimento existente para a aplicação de um novo asfalto.
Após explicações, o presidente da sessão, Elvis Côrtes, realçou: “nós precisamos saber quando isso vai ficar pronto”. Na continuidade, foi aberta a palavra aos munícipes.
Um morador do bairro disse que o lençol freático sempre existiu, mas somente há dois anos o lugar se tornou um caos. “O asfalto anterior durou muito mais tempo do que aquele que foi feito agora e está todo remendado. Eu compreendo suas dificuldades técnicas, mas não convencem”, declarou.
O Diretor da ACMinas, José Lasmar, afirmou que o bairro Buritis inteiro está à deriva. De acordo com ele, “a turma da Sudecap e Gasmig não vão ao bairro, porque se estivessem indo isso não estaria acontecendo”.
Rômulo pontuou que Gelson já trabalhou na Gestão Compartilhada e, na época, recebeu a ABB, que lhe apresentou todos estes problemas.
“A reclamação é veemente desde o governo Márcio Lacerda. Eu participo da Comissão Regional de Transporte e Trânsito (CRTT) e estes problemas não são de agora. Talvez o senhor Gelson tenha sido incumbido, agora, da Oeste para poder pagar um pouco das dívidas que tem. O Buritis não é o bairro mais populoso da cidade, mas em arrecadação é o primeiro. E nós não temos nada de volta.
Nós não temos uma escola pública, não temos um posto de saúde. ‘Não tem Umei – falou Elvis’. Nos disseram que não poderiam construir o posto por causa do terreno íngreme, mas construíram um no terceiro andar de uma casa no bairro Palmeiras. Hoje o morador do Buritis precisa tomar uma vacina contra Febre Amarela e, quando vai no Palmeiras, é mandado para o Estrela Dalva. Vai no Estrela Dalva e é direcionado para o Vila Antena”, disse o representante da ABB.
Em seguida, foi ouvido o presidente da Associação, Braulio Lara.
Adil Vitório, o Gerente de Expansão da Gasmig, falou que foram feitas três grandes intervenções no bairro Buritis. Nele, foi implantado um “Anel Sul”, que é uma rede de aço que cruzou cerca de 19 bairros da cidade de Belo Horizonte.
“Hoje nós podemos dizer que, aproximadamente, 90% do Buritis tem acesso ao gás natural e essa intervenção possibilitou a ligação de mais de 16 mil residências, além dos comércios. Todas as cidades mais modernas do país possuem essa infraestrutura há muito mais tempo que Belo Horizonte e a Gasmig está trazendo esta estrutura para cá.
A Gasmig é, sim, fiscalizada pelo PBH e pela Secretaria de Regulação Urbana; com eles, a Sudecap, que além de nos fiscalizar, nos orienta e dá apoio técnico de como essas recomposições devem acontecer. Já sobre os dois trechos citados, teríamos que fazer uma intervenção na base que extrapolaria nossa expertise e nosso foco de atuação, por isso a Sudecap assumiu a responsabilidade. Acerca das demais, nós fazemos estas recomposições dentro das melhores práticas e das normas de engenharia; temos ensaios tecnológicos para verificar a compactação delas, mas, eventualmente, aparece um retrabalho.
Eu me coloco a disposição para fazermos uma vistoria e andarmos pelo bairro para vermos os pontos que carecem de melhoria”, afirmou Adil.
Consoante ao depoimento do representante da Gasmig, Gelson disse que a PBH fiscaliza e em muitos casos notifica a Companhia. Quando o alerta não surte efeito, o caso segue para judicialização da prefeitura.
Neste momento, o vereador Elvis Côrtes assumiu a responsabilidade de fazer um requerimento à Gasmig e Sudecap dos contratos assinados e valores que foram gastos, até hoje, com a avenida Professor Mário Werneck.
Pautas sobre segurança também foram apresentadas. Luciana Crepaldi, moradora e participante do Comitê de Segurança do Bairro Buritis (COMSEBB) informou que há um ano estão trabalhando em função de criar estratégias para diminuir a violência na região.
Foram criadas Redes de Vizinhos Protegidos e Comerciantes Protegidos, o policiamento é intensivo, mas, no Buritis, o que existe, de fato, é uma sensação de insegurança maior do que a criminalidade, complementou a moradora.
Ainda sobre outros assuntos, Gelson alegou que a primeira atuação da regional Oeste, no bairro, para este ano, foi a limpeza do córrego Cercadinho. Disse, também, que serviços como capina e poda também acontecerão, e neste mês está sendo fechada como prioritária a nova programação da operação tapa buracos na região.
De acordo com Gelson, o projeto já está pronto e só falta a programação orçamentaria. Além disso, o coordenador sugeriu uma reunião com moradores e políticos para apresentar como será a intervenção. Isto serviria para esclarecer as últimas dúvidas antes do início das obras.
Ao fim, os novos requerimentos solicitados pelo vereador Elvis Côrtes de informação a Gasmig sobre a qualidade das intervenções feitas no bairro Buritis e de auditoria pública com a finalidade de discutir a reconstrução da pavimentação dos trechos citados da av. Professor Mário Werneck, foram aprovados e seguiram para definição de data. Nestas futuras audiências, poderão ser discutidos os prazos para execução das obras.
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