Por William Araújo
Na última quarta-feira, 7, a Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com a equipe técnica do grupo WayCarbon, focado em sustentabilidade, lançou a “Análise de Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas do Município de Belo Horizonte”. O estudo visa orientar os gestores executivos municipais nas tomadas de decisões para enfrentarem e amenizarem os impactos climáticos sofridos pela cidade.
A análise elenca e prevê os principais problemas gerados pelas alterações climáticas, com projeção de 2016 a 2030.
Apesar da intensa verticalização, terreno declivoso, compor a porção do Quadrilátero Ferrífero (solo com propensão a deslizamentos), o bairro Buritis não foi apontado como uma área de risco pelo estudo. Outro dado comum ao bairro é a presença de duas sub-bacias: Cercadinho e Bonsucesso.
Nos últimos anos, o bairro apresentou um grande volume de impactos ambientais como queimadas espontâneas, inundações, deslizamento (veja o caso do muro que desabou na rua Tito Guimarães e do prédio que caiu na rua Laura Soares Carneiro).
Tais fatores, de acordo com o relatório, são fortes características de vulnerabilidade climática. Contudo, a única menção próxima ao Buritis, na Análise, foi sobre a Regional Oeste, tida como uma das mais propícias ao aumento de bairros vulneráveis.
Para facilitar o entendimento dos fatores inerentes ao microclima da capital, os técnicos usaram a divisão regional de Belo Horizonte (Venda Nova, Barreiro, Pampulha, Leste, Oeste, Noroeste, Nordeste, Norte e Centro-Sul) e pontuaram nela as áreas com maior impacto climático. Estes locais foram denominados pelos pesquisadores como Hotspots.
Mesmo com tamanha propensão, o Buritis não foi classificado com um deles.
Os Hotspots foram estabelecidos a partir de índices sobre “exposição às alterações climáticas, à sensibilidade socioambiental a essas variações e à capacidade do sistema de lidar e se adaptar às novas condições”.
Outra medida organizacional tomada pelos estudiosos foi a classificação dos quatro impactos climáticos que mais atingem a cidade: inundação, deslizamento, dengue e ondas de calor. Vulnerabilidades calculadas por meio do Model of Vulnerabilitu Evaluation (MOVE), da WayCarbon.
De acordo com o estudo, realizado de julho de 2015 a julho de 2016, 85% da população brasileira vive em áreas urbanas e, até 2020, esse número chegará a 90%, medida que contribui para a intensa degradação do ambiente e piora acentuada da qualidade de vida. Além disso, Belo Horizonte é a sexta cidade mais populosa (2.513.451 habitantes) e a terceira maior aglomeração urbana do país.
Estes dados criam uma tendência de que o clima no futuro, até 2030, terá os seguintes indicadores:
– Aumento de 32% na possibilidade de ocorrências de eventos associados a chuvas intensas (inundações e deslizamentos)
– Constante acréscimo dos casos de doenças tropicais transmitidas por mosquitos vetores (como por exemplo o Aedes Aegypti)
– Ondas de calor aumentadas em dez vezes (microclima estressante)
A intenção da análise é fornecer estratégias para efetivar a tomada de decisão do município, com respeito ao clima, para diminuir e conter os impactos. As resoluções apresentadas na Análise foram adotadas de acordo com o Quarto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, de 2007.
O relatório fez um estudo sobre as áreas consideradas de risco em Belo Horizonte e listou pontos em potencial de maior impacto climático, oferecendo dano à vida, estrutura socioeconômicas e patrimônio. Estas áreas foram identificadas ter atenção priorizada por parte do município.
O primeiro resultado obtido pelo estudo foi que a cidade está dividida em dois grandes eixos de mudança climática (norte e sul).
A região Norte é mais impactada pelos aumentos de temperatura, o que favorece ao surgimento da dengue e ondas de calor, enquanto a região Sul “apresenta maior sensibilidade biofísica aos deslizamentos, por causa da sua constituição geológica e geomorfológica”.
As inundações estão pulverizadas por toda a cidade, sendo potencializadas pela quantidade de chuva, sub-bacias e bacias de rios e córregos presentes nas regionais.
O maior índice de vulnerabilidade foi encontrado nas regionais Norte, Nordeste e Leste, uma vez que a Norte terá a maior variação até 2030. A regional Nordeste demonstrou a maior evolução de áreas com incidência de todos os impactos (alta vulnerabilidade). O Barreiro foi a regional que apresentou menor projeção.
Estima-se que, em 2030, o número de bairros altamente vulneráveis aumente em 60% (331 bairros, dos 486 existentes na cidade). As regionais Noroeste, Oeste e Nordeste serão aquelas com maior quantidade de bairros vulneráveis.
A tabela abaixo apresenta os bairros com projeção de maior vulnerabilidade entre 2016 e 2030. Entre eles, os mais vulneráveis, atualmente, são os bairros Marçola e Vila Nossa Senhora da Conceição e seus principais problemas são inerentes às inundações e deslizamentos.
Análise de Vulnerabilidades às Mudanças Climáticas do Município de Belo Horizonte
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