Por Manuela Lins
A chegada do fim de ano é sempre motivo de muita empolgação e expectativa para a grande maioria das pessoas, principalmente quando se fala em Natal, data em que famílias e amigos se reúnem, trocam abraços e, tradicionalmente, lembranças e presentes. O comércio é, com certeza, uma das áreas mais influenciadas e interessadas quando o assunto é o feriado natalino. Comerciantes de diversos tipos de negócios passam meses se preparando para a chegada do fim do ano, e as expectativas são sempre positivas.
Alessandra Couto, proprietária da Feel Store, loja de moda feminina localizada na Av. Professor Mário Werneck, 3282 – loja 1 – no bairro Buritis, conta sobre suas expectativas para as vendas neste fim de ano.
“O poder de compra está menor, devido ao ano político e de Copa, mas, creio no crescimento de pelo menos 40% das vendas”, afirma.
Na opinião de Alessandra, a proximidade entre a Copa e as festas de fim de ano afetaram bastante o comércio, devido à redução do horário de funcionamento nos dias de jogos.
Ao longo dos anos, principalmente durante a pandemia, com as atividades econômicas reduzidas, o crescimento da taxa de desemprego e o aumento das inflações, o Brasil vêm passando por oscilações na economia, como destaca Geraldo Gabrich, especialista em finanças, mestre em estratégia das organizações, perito financeiro e professor universitário no Grupo Ânima de Educação.
“O endividamento das famílias no Brasil, no meu ponto de vista, sempre foi um problema crônico. Em alguns anos aumenta, enquanto em outros diminui, mas os números são sempre alarmantes. A Fundação Getúlio Vargas divulgou pesquisa recente que aponta que 68,4 milhões de pessoas estavam inadimplentes em setembro deste ano, isso é um número assustador”, pondera.
O especialista também opina sobre a atual situação financeira da população brasileira.
“Acredito ainda que a atual situação financeira das famílias brasileiras é provocada mais por falta de uma educação financeira do que pela falta de trabalho. Não que este último não seja um problema grave também, mas a falta de educação financeira das famílias gera o consumo irresponsável, baseado em dívidas que muitas vezes não têm como ser pagas e viram uma bola de neve”, ressalta.
Apesar de os números apontarem uma grave situação financeira no país, o especialista em finanças crê no aumento das vendas neste fim de ano.
“Acredito que as pessoas estão mais empolgadas com o Natal. Veja que a Black Friday deste ano não atingiu as expectativas dos consumidores, com descontos muito inferiores aos esperados, ou até sem qualquer desconto. Outro ponto interessante do Natal é o aumento no consumo de alimentos e bebidas em função das confraternizações com família e amigos. Por estes e outros motivos, acredito que os consumidores irão às compras neste Natal com mais entusiasmo”, contextualiza.
Muitas famílias já estão se preparando para as celebrações e reuniões natalinas.E se programar financeiramente é sempre muito importante para não extrapolar o orçamento e controlar os gastos com presentes, comidas e bebidas.
Flávia Cristina, moradora do bairro Buritis, conta sobre seu planejamento para o Natal deste ano.
“A minha situação financeira vem se complicando a cada dia mais, infelizmente as despesas fixas aumentam e a renda se mantém a mesma. Há anos sem receber qualquer aumento. Este ano irei me restringir a pequenas lembranças, para um número menor de pessoas da minha família. Sempre gostei de comprar em shoppings, este ano estou buscando comerciantes diretos, e procurando produtos com valores mais em conta”, explica.
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