Por Gabriel Pimenta
A nova febre entre as crianças são as figurinhas da Copa do Mundo 2022. Mas, novamente, não apenas as crianças estão colecionando os cromos lançados pela Panini, pois jovens e adultos têm aderido à febre de colecionar os craques que irão competir pela tão sonhada taça da Copa, no Catar.
“Eu adoro futebol, e a Copa do Mundo é o maior evento possível. Sempre colecionei e não seria esse ano que iria parar. Além disso, gosto de ter o álbum para consulta durante os jogos”, conta Fernando Corrêa, estudante de 19 anos.
O preço dos pacotinhos aumentou consideravelmente ao longo dos anos. Desde 2006, o preço teve um aumento de 800%. Em contrapartida, o salário mínimo, no Brasil, desde 2006, teve um aumento de apenas 246%.
A que se deve o aumento no preço dos produtos, como essas figurinhas, de 2006 pra cá?
A educadora financeira, Ellen Silvério, respondeu essa questão ao Jornal DaquiBH. “Não foi só o álbum de figurinhas que ficou mais caro. Todos os produtos mais consumidos na copa estão até 100% mais caros em comparação com a copa de 2018. Os motivos para essa nova realidade de subida dos valores levam em conta a falta de suprimentos, o aumento da demanda por produtos e a elevação do dólar”, pontua.
Mas o aumento dos preços não impediu Fernando de sonhar com seu álbum completo. “Já gastei quase 500 reais e estou quase completando, mas acho que vale a pena. Também tenho uma Legend, então o álbum está basicamente pago”, afirma.
As figurinhas chamadas de Legend são cromos extras que podem vir dentro dos pacotes e podem valer muito dinheiro. Pessoas no Brasil inteiro têm ido a bancas de jornal com balanças de precisão para pesar os pacotes, em busca das figurinhas Legend, devido a diferença no peso quando se tem um desses cromos especiais nos pacotes. “Teve um rapaz que veio aqui na banca, com uma balança debaixo do braço, logo após repercutir na internet”, contou Matheus Strenzioch, da Unibanca Buritis.
A procura pelos colecionáveis está tão grande que a própria Panini, fabricante das figurinhas, subestimou a capacidade de venda das bancas. Poucas unidades foram enviadas, esgotando rapidamente em diversos locais por toda Belo Horizonte. A reclamação pela falta dos produtos levou a Panini a se reunir com centrais de distribuição para normalizar as entregas.
Mas essa não é uma realidade para todo mundo
Há vários casos de pessoas que não se mobilizaram para comprar o álbum devido ao aumento nos preços. O chefe de cozinha Tasso Alves, morador do Buritis, conta que optou por não colecionar o álbum este ano por motivos financeiros. “A primeira Copa do Mundo que eu colecionei (o álbum) foi em 2006 e, desde então, essa vai ser a primeira vez que não vou colecionar”, pontua.
Se você não quer gastar tanto, mas ainda sim quer completar seu álbum, a sugestão é trocar figurinhas. Pontos de troca estão espalhados por toda Belo Horizonte. No bairro Buritis a troca acontece na Leitura do Shopping Paragem – sexta e sábado de 15 às 21h / domingo de 14 às 18h.
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