Por Rafael Alef
A experiência de compra faz parte do consumidor contemporâneo, que, a partir das evoluções tecnológicas, utiliza cada vez mais o espaço físico das lojas apenas como prática imersiva. Em decorrência dos inúmeros fechamentos causados pela pandemia de Covid-19, o e-commerce apresentou um crescimento de mais de 70% em 2020 e pode chegar a um faturamento de 110 bilhões em 2021. O interesse por compras online, potencializado pela quarentena, está diretamente associado às vantagens da compra a distância, disponível com um simples clique nos smartphones e computadores.
Nos últimos anos, empreendedores buscam desenvolver uma melhor relação com sua base de clientes, seja na otimização e humanização do atendimento, na praticidade do processo de compra e até mesmo na logística do despacho de mercadorias, mais favorável ao comprador, que leva a uma parceria totalmente personalizada. Mas, se engana quem pensa que a venda digital é fácil. Empresas que não atuavam com a modalidade podem enfrentar dificuldade na implantação e gestão do processo, que demanda estudo e dedicação, principalmente aos mais acostumados com o varejo presencial.
PLATAFORMAS DE APOIO AO EMPREENDEDOR
A Brasil na Web, empresa mineira especializada na implantação do e-commerce, investe no suporte diferenciado, consultivo e educativo para sua base de clientes espalhados pelo Brasil e pelo exterior. Luiz Eduardo Monteiro, CEO da empresa, destaca a importância da reflexão inicial sobre o perfil de cada empreendedor. “O ponto mais inteligente é a identificação desse perfil, pensar se eu quero fazer isso [trabalhar com e-commerce], mas não vou me aprofundar, é melhor delegar”, reflete.
O investimento intelectual é o grande destaque para os iniciantes no empreendedorismo. Com esse aprendizado, é possível destrinchar a mecânica do processo desde a compreensão sobre leis de pagamento com os principais serviços, até a análise para as melhores taxas de cartão de crédito e modais logísticos para e-commerce.
Uma dificuldade pode ser notada em empreendedores mais velhos, que após anos de trajetória no varejo e até mesmo com cumprimento de realização pessoal, podem não enxergar a presença digital como algo importante ou de urgência, adiando a implantação e o preparo, sendo melhor auxiliados por parceiros mais jovens e com grande facilidade para esse trabalho. “Aqueles que ainda não desenvolviam um trabalho nas redes sociais para a comunicação com sua audiência online foram os que mais sofreram e ainda sofrem pela decisão de não trabalhar corretamente o digital”, destaca Luiz.
Com uma missão que visa o sucesso do e-commerce para cada cliente, a Brasil na Web investe no atendimento personalizado, disponibilizando conteúdo gratuito como o E-commerce Mind Map, um mapa mental que funciona como um grande diagrama com os principais tópicos para aplicar no seu negócio, com vídeos rápidos com dicas sobre o assunto e uma abordagem diferenciada no desenvolvimento de um plano de negócios, com dinâmicas que liberam descontos e prêmios incentivando a participação. Além disso, a empresa que começou em 2005 com o desenvolvimento de softwares, lançou a plataforma “Open Source” em 2014, focada no aprendizado e permitindo ao cliente levantar novos desafios para o seu negócio.
“Brincamos que fizemos o ‘Windows do e-commerce’, onde individualmente e com um preço acessível, o cliente consegue incrementar sua plataforma com aplicativos já disponíveis ou orçar novos softwares com um desenvolvedor, de acordo com as suas necessidades”, reforça o CEO.
PEQUENOS EMPREENDEDORES INVESTEM EM POSICIONAMENTO DIGITAL
O mercado de trabalho em 2020 foi um dos mais atingidos pela pandemia, com redução em quadro de funcionários e grande impacto econômico em empresas do mundo inteiro. O trabalhador precisou se reinventar, e esse foi o caso do empresário e estudante, Vinicius Godoy, morador de Belo Horizonte que, por um tempo, desenvolvia a ideia de abrir seu próprio negócio, mas não tinha o tempo ou o investimento financeiro que julgava necessário para iniciar o projeto. Ao ser pego de surpresa com o desemprego, se viu motivado a buscar conhecimentos e parceiros para essa empreitada.
Sem uma ideia concreta do que seria o projeto, Vinicius analisou quem poderia acrescentar habilidades e conhecimentos prévios ao negócio, já que, inicialmente o investimento financeiro seria pequeno. Ao chegar em uma conexão familiar, o primo Victor Bese, produtor de conteúdo e que já possuía certa bagagem na cobertura de eventos na cena belorizontina, e Richardson Urquiza, morador do bairro Vista Alegre na região oeste de BH e amigo de longa data que já cursava administração, tornaram-se sócios e começaram a desenvolver o projeto.
Depois de uma vasta pesquisa para entender o que o público buscava, investiram em uma abordagem única com forte identidade visual e lançaram, em outubro de 2020, a marca especializada em streetwear – tendência da moda urbana -, Beze Company, com nome inspirado no sobrenome da família, herdado do bisavô árabe.
Os bastidores foram intensos e a inexperiência dos sócios demandou uma jornada de estudos para especializações antes do lançamento. Com um planejamento inicial, organizaram as funções e cada um partiu para a busca ativa de novas capacitações a serem implantadas na empresa, desde a busca por referências visuais e materiais para os produtos, até o desenvolvimento de um site junto às necessidades do comércio digital e da confecção de vestimentas. Hoje eles terceirizam a confecção, devido aos altos custos de um maquinário próprio e aumento de equipe, e contratam modelos para a produção de conteúdo, que é feita com antecedência aos lançamentos, sempre visando a qualidade da entrega.
Investindo em uma experiência única, a Beze Company leva seu cliente a um universo próprio onde o serviço é personalizado, criando uma reputação que traz um sopro de inovação em um mercado bastante competitivo. A relevância da marca já é apontada nos resultados desde o lançamento, em menos de 1 ano. Já são 3 drops (ou lançamentos) da marca, em que cada coleção apresentou peças exclusivas e populares entre o público consumidor.
A ideia é que a marca cresça e permaneça no digital, independente dos desdobramentos da pandemia. Novas coleções e a criação de uma produtora audiovisual, fazem parte dos planos para o futuro. “Com a marca, recebemos contatos de outros pequenos empreendedores que buscam implantar esse serviço personalizado. Notamos um déficit [do mercado] para aqueles que não têm muito para investir” explica Vinicius. O futuro projeto de empreendedorismo, paralelo a marca, reuniria as habilidades investidas no projeto para oferta a outras empresas.
O CONSUMO NO FUTURO
Em pesquisa realizada em 2020, a Accenture Interactive, empresa global especializada na comunicação de gestão, apontou novos hábitos de consumo, em evidência na pandemia de Covid-19. Maior consciência com a sustentabilidade e saúde mental, que podem impactar os processos de compra no futuro, são aspectos apontados pela pesquisa.
A experiência de compra do consumidor também é apontada como tendência em ascensão, em que a interação deve ser personalizada e se destacam os empreendedores que investem no marketing digital, posicionando o cliente no centro desse processo.
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