Por William Araújo
Na tarde desta segunda-feira (19), manifestantes ocuparam o encontro entre as avenidas Professor Mário Werneck e Engenheiro Carlos Goulart, próximo ao McDonalds, para pedir que a negociação de assentamento das famílias da ocupação William Rosa e Marião, em Contagem, seja retomada. Os protestantes disseram que entidades públicas já se mostraram favoráveis à implementação de políticas de moradia para as famílias, contudo, o Ceasa Minas, que tem posse presumida do terreno, se mostra contrário e está dificultando o processo.
A ocupação iniciou há três anos, aproximadamente, e está localizada na avenida Severino Balesteros Rodrigues, no bairro Jardim Laguna, em Contagem.
Segundo manifestantes, no último dia 9, houve reunião entre os representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Defensoria Pública, Ministério Público Estadual, Governo Estadual, Prefeitura de Contagem, Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Comando da Polícia Militar e das ocupações e chegaram à conclusão que o despejo seria inviável, por causa do gasto envolvido na ação e da impossibilidade de acolhimento das famílias.
Ainda, segundo os protestantes, para que o acordo fosse efetivado, os órgãos participantes da mesa de negociações pediram que as famílias permanecessem na mesma área que ocupam (em torno de 33% do terreno) até que a autorização de construção das moradias acontecesse.
Entretanto, durante o trâmite destas negociações, o Minas Ceasa moveu ação de despejo e reintegração de posse para o terreno que, segundo ocupantes, estava abandonado há mais de 40 anos e, agora, abriga 432 famílias (cerca de 1700 pessoas).
A presidência do Ceasa Minas é ocupada por Gustavo Alberto França Fonseca. De acordo com Lacerda, líder da manifestação, Gustavo é uma indicação política proveniente do deputado federal Newton Cardoso Júnior, do qual é cunhado.
Como o escritório do parlamentar está situado na avenida Engenheiro Carlos Goulart, perto da avenida Professor Mário Werneck, no bairro Estoril, em torno de duzentas pessoas fizeram bloqueio em frente ao prédio e, por meio de uma Kombi com alto falantes, pediram ao deputado que intercedesse nas negociações de transição da área para as famílias.
O trânsito ficou caótico no curso das vias José Rodrigues Pereira, Paulo Piedade Campos, Heitor Menin, Professor Mário Werneck, Engenheiro Carlos Goulart e Barão Homem de Melo.
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