Por Gabriel Pimenta
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) aprovou, no dia 28 de abril, o uso facultativo de máscaras em locais fechados, após observar uma diminuição significativa em novos casos de Covid-19. Mas quais efeitos o não uso das máscaras trouxe para cidade?
De acordo com dados divulgados pela PBH, a primeira semana sem máscaras se manteve com número baixo de casos, mas após o final de semana do dia 6 de maio, casos começaram a crescer novamente na capital. Os números chegaram a um aumento de 72% desde o decreto oficial da Prefeitura. Isso leva especialistas a acreditarem que a obrigatoriedade de máscaras deve voltar na cidade, como explica o João Gentilini, médico infectologista do Hospital Eduardo de Menezes.
“Eu recomendo o uso de máscaras em locais fechados ou com aglomerações, e devemos lembrar das demais doenças respiratórias de ocorrência aumentada nesta época do ano. Em relação a obrigatoriedade são levados em conta vários indicadores, como número de casos, internações e internações em CTI por Covid e alguns destes indicadores não estão sendo disponibilizados pelos órgãos públicos. Mas as orientações e medidas são dinâmicas, baseadas nos indicadores epidemiológicos e da rede de saúde do município no momento”, reforça.
O uso de máscaras de forma correta contribui para reduzir a transmissão não apenas da Covid, como de outras doenças respiratórias virais, comuns nessa época do ano. Sendo assim, a abolição do uso de máscaras, em conjunto com o aumento das aglomerações em Belo Horizonte, contribuiu para disseminação das doenças e aumento nos casos.
Apenas 63,3% da população da capital mineira foi vacinada com a 1ª dose de reforço contra covid-19, de acordo com dados divulgados pela Prefeitura de Belo Horizonte. Isso mostra a falta de preocupação da população em continuar se vacinando com as doses de reforço, ou até uma falta de informação. Como explica João Gabriel, enfermeiro do Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH, a procura pela vacina, no Buritis, também caiu.
“As maiores demandas de vacinas foram para a primeira e segunda dose. A demanda caiu na terceira dose em torno de 50% e 70% na quarta dose”, ressalta.
A vacinação é sempre muito importante no combate e controle de doenças infecciosas, já que o Brasil presencia o retorno de doenças como sarampo e febre amarela, que poderiam ser evitadas se as pessoas estivessem se vacinando. Portanto, é de extrema importância que as pessoas continuem se vacinando com as doses de reforço contra a Covid-19, como ressalta João Gentilini.
“A vacinação contra o Covid foi fundamental para o melhor controle da doença. A pandemia não acabou. A dose de reforço é muito importante para diminuir a possibilidade de internação e agravamento da doença”, realça.
O campus do UniBH, no Buritis, se tornou em 2021 um ponto de vacinação contra a Covid-19, em parceria com a PBH. A instituição mobilizou suas equipes de Medicina e Enfermagem ao atendimento à população, com funcionamento das 8h às 17h.
“A média é de 60 pessoas vacinadas por dia. Lembrando que a média era de 150 pessoas por dia e caiu em torno de 60% a 70%”, informou João Gabriel.
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